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domingo, 22 de setembro, 2024
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Homem que matou a esposa na frente dos filhos vai aguardar julgamento no presídio

O homem que matou a própria esposa numa chácara de Terenos na madrugada de segunda-feira (23) será transferido para um presídio nos próximos dias. Ele confessou o crime após ser preso durante a tentativa de fuga para a cidade de Belo Horizonte (MG), horas após o crime que chocou aos moradores daquela cidade. O sujeito, de 28 anos, passou por audiência de custódia na manhã desta terça (24) e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

De acordo com a investigação do caso, Érica Miranda de Souza, de 27 anos, foi morta a tiros após discutir com o marido na casa onde moravam. O homem, que havia retomado a relação com a vítima há pouco tempo, pegou uma arma de calíbre .22 e atirou cinco vezes contra a esposa. O crime aconteceu na frente dos filhos dela, de dois e nove anos de idade. Na sequência, o atirador mandou as crianças deitarem junto ao corpo da mulher e pedir ajuda no dia seguinte, enquanto ele fugia.

A mulher não tinha um bom relacionamento com o sujeito, o casamento era de idas e vindas, inclusive, ela tinha uma medida protetiva contra o marido expedida em janeiro do ano passado, além de ao menos dois boletins de ocorrência por violência doméstica e ameaça. Apesar disto, os dois voltaram a morar juntos na chácara, próximo de onde ele trabalhava.

O depoimento

Ao delegado responsável pelo caso, o assassino relatou que trabalhou até 16 horas no domingo e ganhou uma caixa de cervejas do patrão e então voltou para casa. Érica e ele assaram um porco no quintal e, quando a cerveja acabou, ela pediu para que ele fosse até a sede da propriedade rural para buscar mais.

A arma usada no crime pertence ao patrão. O homem disse que, quando foi buscar mais cervejas na sede, também trouxe a espinguarda na pretenção de se divertir atirando contra as latas vazias.

Em uma conversa com a esposa, ele falou que os homens de sua família não morriam pelas mãos dos outros. Érica teria respondido que ele estava se achando imortal e isso deu início a uma discussão.

Na briga, ainda segundo a versão do assassino, Érica citou uma traição amorosa que ele teria cometido com uma amiga dela, mas que ele negou. Em seguida, a esposa quebrou o telefone celular e entrou na residência, sendo seguida por ele que a ameaçou com a arma.

A mulher então gritou: “Atira se você é homem. Você não tem coragem”. Depois que a vítima se sentou na cama, ele atirou ao menos 5 vezes contra ela, que caiu morta na cama. O filho mais velho testemunhou tudo e chegou a perguntar para ele se iria matá-lo também, mas o assassino disse que “não faria isso com uma criança”.

Em seguida, mandou ele ficar com o irmão junto da mãe até o dia seguinte, quando deveria pedir ajuda para o vizinho. Por volta das 06 horas, o garoto saiu da casa e foi até os vizinhos, onde relatou o ocorrido e a policia foi acionada. Quando os militares chegaram na casa encontraram a criança de dois anos dormindo sobre o corpo da mãe.

A prisão

De acordo com o registro da ocorrência feito pela Polícia Militar Rodoviária, o assassino confessou o crime durante abordagem feita no veiculo em que estava como passageiro na rodovia estadual MS-240, no trecho entre as cidades de Água Clara e Paranaíba, já durante a tarde desta segunda-feira (23).

Ao deixar a casa, ele procurou ajuda com um amigo próximo solicitando carona até o Aeroporto de Campo Grande, pois o seu pai havia sido assassinado e ele precisava ir para Minas Gerais imediatamente.

Sem suspeitar do crime ocorrido na casa ao lado, o morador levou o autor até o local. Na sequência, o homem contratou um motorista de aplicativo para seguir até a capital mineira. O valor pago pela corrida foi de R$ 2 mil, segundo a polícia.

Com a descoberta do crime foi comunicada a possibilidade de fuga do assassino para as demais forças policiais, que iniciaram um plantão de buscas. A equipe da Base Operacional de Paranaíba recebeu informações sobre o indivíduo e passou a fiscalizar a rodovia local, sendo que por volta das 13h20min foi abordado um veículo modelo Chevrolet Onix Joy, que trafegava sentido Campo Grande x Paranaíba.

Um casal ocupava os bancos dianteiros do carro, que tinha como passageiro um homem de características semelhantes ao que estava sendo procurado. No interrogatório, o sujeito demonstrou nervossísmo, com respostas desencontradas sobre os motivos de sua viagem, até que acabou confessando o crime e se entregando.

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