Aos 40 minutos do segundo tempo, enfim acabou o imbróglio da participação da senadora Simone Tebet (MDB), no já atuante, mas oficialmente futuro governo Lula. Ela aceitou o cargo de ministra do Planejamento, após ser oferecido a pasta do Meio Ambiente e Cidades ante sua pretensão de ir ao Ministério do Desenvolvimento Social, que ficou com membro do PT. Simone seria a primeira, mas com demora de decisões, será anunciada como a segunda mulher de Mato Grosso do Sul a ocupar um cargo no primeiro escalão do Governo Lula. MS volta ou continuará com ‘prestigio’ em Brasília tendo duas Ministras, como na atual gestão, como já teve outros no passado.
Simone, já que não ficou com o Social, que tinha os ‘ovos de ouro’ e marca do PT com o Bolsa Família e demais programas sociais, pediu um Ministério mais robusto e com ações que possa ‘trabalhar’ com projetos de desenvolvimento pelo Pais. Assim, Lula aceitou incluir o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos), na pasta do Planejamento, e a pouco, na fim da manhã desta terça-feira (27), em Brasília, acabou com o impasse envolvendo a presidenciável, que ficou em 3º na disputa ao conquistar 4,9 milhões de votos, e, entrou e atuou firme na chamada frente ampla no segundo turno.
Simone pretendia ocupar o Ministério do Desenvolvimento Social, mas o cargo foi reservado ao PT, por comandar o Bolsa Família, programa de inclusão social. Lula a cogitou para o Ministério do Meio Ambiente, mas não houve acordo com Marina Silva (Rede), que vai assumir a pasta após recusar o comando da Autoridade Climática.
Assim, Simone será a segunda sul-mato-grossense a integrar o Governo Lula. A primeira a ser confirmada foi a ativista social Aparecida Gonçalves (PT), como ministra das Mulheres. Lula acaba repetindo o antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que também nomeou dois de MS para o primeiro escalão. Teresa Cristina ficou quase o governo todo, no Ministério da Agricultura, saindo em Abril, devido as eleições. E o ex-deputado Luiz Henrique Mandetta, comandou o Ministério da Saúde e deixou o cargo após um ano e meio ante desavenças com o presidente por causa da pandemia da Covid.
Curriculum
Simone foi prefeita de Três Lagoas, por dois mandatos, deputada estadual e vice-governadora na gestão de André Puccinelli (MDB), 2003 a 2007. Simone está no último ano de oito anos em mandato no Senado Federal.
Ela não realizou o sonho do pai, Ramez Tebet (MDB), de presidir o Senado, mas o repete ao se tornar ministra. O pai foi ministro da Integração Regional na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Curiosidades
A sul-mato-grossense também não era o primeiro nome o Planejamento. Lula convidou o economista André Lara Rezende, um dos pais do Plano Real, que apoiou o petista, mas recusou o convite. O futuro ministro da Economia, Fernando Haddad (PT), convidou o ex-governador de Alagoas, Renan Filho, mas o senador eleito optou pelo Ministério dos Transportes.
Nem iniciou o governo de fato e tempo, de 2023 a 2027, mas já se pensa na eleição. E curiosamente, Lula terá na parte econômica três possíveis sucessores dele na próxima eleição presidencial, em 2026, caso cumpra a promessa de não tentar a reeleição.
A área econômica de Lula terá Simone Tebet no Planejamento, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no Ministério da Indústria e Comércio e Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
A senadora Simone Tebet era uma das mais aguardadas no ministério de Lula, mas passou de favorita para pedra no sapato depois que Lula resolveu, a pedido do PT, não indicá-la para o Desenvolvimento Social, pasta que ela queria.
Sem lugar na área social, Simone foi cotada para o Ministério do Meio Ambiente, mas não queria tomar o lugar de Marina Silva, que deve ficar com a vaga. A saída foi colocar Simone no planejamento, colocando fim à novela.
Ganhou a metade
O ministério de Simone Tebet será responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos, que ficaria na Casa Civil. Foi a saída encontrada para não atender o desejo também da senadora, de ter o comando dos bancos públicos (BNDES, Caixa Econômica e Banco do Brasil).
“Ministros de MS”
- Ramez Tebet (MDB) – Ministro da Integração Regional
- Delcidio do Amaral, então PT – Ministro de Minas e Energia
- Teresa Cristina – Ministra da Agricultura,
- Luiz Henrique Mandetta – Ministro da Saúde