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domingo, 29 de setembro, 2024
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Rússia produz primeiro lote de vacina contra a covid-19

Até dezembro deste ano ou janeiro de 2021, o país produzirá 5 milhões de doses mensais do imunizante, segundo o diretor do Instituto Gamaleya

O Ministério da Saúde da Rússia anunciou neste sábado (15) que produziu o primeiro lote da vacina contra a covid-19 registrada do país. A vacina será comercializada com o nome Sputnik V, de acordo com a agência EFE.

“O primeiro lote da vacina foi produzido pelo Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, do Ministério da Saúde”, disse a pasta em comunicado.

Anteriormente, o diretor do instituto, Alexandr Ginzburg, havia informado que até dezembro deste ano ou janeiro de 2021 o país produzirá 5 milhões de doses mensais da vacina, e que no decorrer de um ano, será capaz de cobrir todas as necessidades de fornecimento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia havia registrado a primeira vacina do mundo contra a covid-19, alegando que esta, assim como as demais, terá que seguir os procedimentos de pré-qualificação e revisão estabelecidos pela agência.

A vacina russa não estava entre as seis que a OMS disse na semana passada serem as mais avançadas em desenvolvimento.

A agência baseada em Genebra citou, entre essas seis, três candidatas a vacinas desenvolvidas por laboratórios chineses, duas por empresas americanas (Moderna e Pfizer, neste último caso em conjunto com a alemã BioNTech) e uma britânica desenvolvida pelo grupo anglo-sueco AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (14) que a Rússia “pulou alguns testes” no desenvolvimento da vacina, e que seu país não fará o mesmo.

Dúvidas sobre a vacina russa

Apesar de a Rússia ter registrado a vacina contra Covid-19 e iniciado sua produção, o mundo levanta questões sobre a real eficácia do medicamento e a validade dos testes realizados até o momento pelo país.

À CNN, a representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro do grupo de trabalho de vacinas para a Covid-19 da OMS, Cristiana Toscano, disse que a vacina ainda percorrerá longo caminho antes de ser aplicada na população.

“Não tenho receio com essa vacina em particular. O cuidado e a cautela se dão em função de que só se pode aprovar uma vacina após cumprir os testes de fase 3. A aprovação da vacina é da Anvisa, que só irá aprovar os estudos de fase 3 após receber e avaliar os estudos de fase 1 e 2. Ainda não recebemos [nem OMS, nem Anvisa], os testes iniciais da vacina russa.”

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