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População cobra solução para via trágica após acidente com vereador

30/09/2014 07h00

População cobra solução para via trágica após acidente com vereador

Campo Grande News

Constantes acidentes no cruzamento da Avenida Nasri Siufi com a Rua Restinga, na Coophavilla II, fazem os moradores cobrarem intervenção que garanta mais segurança nos retornos existentes entre as vias. Domingo (29), a manicure Célia Abud Almoreno, 35 anos, morreu no local ao ser atingida por carro conduzido pelo vereador Ayrton de Araújo (PT), que teria passado mal ao volante.

“Já chamamos a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para fechar o canteiro ou colocar ‘olho de gato’ para que o motorista respeite a sinalização, mas nada foi feito. Na verdade, o que existe é um erro de projeto que engenheiro e leigo sabe disso”, explica a presidente do bairro, Maria Bernardete Carvalho, 49.

O som dos acidentes coloca a autônoma Andressa Chiyo, 32, em alerta e a principal reação é pegar o celular para acionar mais uma vez o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). Há algum tempo ela completou recorde de três ligações em apenas uma semana e faz questão de manter os filhos em casa para não se tornarem vítimas da imprudência.

“É muito preocupante ter sempre acidentes e tinham que providenciar ao menos um quebra molas, fora que ninguém sabe o que está certo ou errado e passa em alta velocidade”, comenta Andressa, que avalia como benéfica a via expressa, mas prefere dar a volta na quadra para entrar em casa na Avenida Marinha.

Professor e ex-conselheiro da Região Urbana do Lagoa, Antônio Alves Pereira, 56, aponta que a causa para tantos acidentes, como o que vitimou Célia Abud, está inteiramente vinculada a “erros de engenharia de tráfego que não fornecem segurança nos retornos”. Ele ainda pontua que cansou de pedir por mudanças necessárias para evitar novas fatalidades.

“Sinalizar não adianta e perdi as contas do número de acidentes. Não existe respeito a velocidade e é necessário um quebra molas ou rotatória para resolver isso”, completa o músico João de Souza Barros, 65.

De acordo com a assesoria de imprensa da Agetran, técnicos foram deslocados até o cruzamento para avaliar possíveis mudanças no local.

O diretor de trânsito da Agetran, Sidinei Oshiro, informou que é preciso intervenção no cruzamento. Ele disse que intervenções geométricas serão feitas pela Secretaria Municipal de Obras. Ele também disse que o Bairro Coophavila II vai receber sinalização nos próximos dias.

Tragédia no Coophavilla – Conforme o boletim de ocorrência, registrado na Depac Piratininga (Delegacia de Pronto Atendimento), Ayrton Araújo fugiu do local e deixou seu filho de 35 anos responsável pelo carro. Houve tumultos com moradores.

Mas o filho do vereador, Adeilson Freitas de Araújo, 28, ficou na casa de uma mulher para “defender a sua integridade física”, já que muitos moradores e parentes da vítima de algomeraram no local. Depois se dirigiu para a delegacia, porém no meio do caminho passou mal e foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Universitário. Por volta das 23h, duas depois do acidente, o vereador se apresentou na delegacia.

A polícia, de acordo com o delegado Pedro Espindola de Camargo, desconsiderou a evasão, pois o vereador se apresentou espontaneamente à delegacia e se justificou.

O teste de alcoolemia não indicou a existência de álcool no sangue do motorista.

O vereador do PT havia saído de uma reunião partidária no Santo Amaro e se dirigia para o Parque do Sol.

Local onde ocorreu acidente até possui sinalização, mas condutor encontra problemas (Foto: Marcos Ermínio)

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