09/10/2014 12h00
Menores estouraram cadeados e ‘atropelaram’ agentes durante fuga
Dourados News
Os 20 adolescentes internados na Unei (Unidade Educacional de Internação) Laranja Doce que fugiram no início da noite de quarta-feira (8) em Dourados, depredaram uma cama, e utilizaram a barra de ferro dividida em quatro partes para estourar os cadeados de quatro celas da unidade.
Depois, os menores esperaram os agentes educacionais que foram até o alojamento para recolher as marmitas da janta para abrirem violentamente as celas e literalmente ‘atropelarem’ os três servidores que estavam no plantão e, portanto, responsáveis por cuidar dos 45 internos que atualmente a unidade abriga.
“Eles esperaram a gente ir recolher as marmitas abriram as celas e começaram a correr. Atropelaram a gente, não tivemos como fazer nada. Como que vamos reagir? Estávamos em minoria. 20 moleques correndo você vai fazer o que? Bater de frente?”, relatou um agente que preferiu não se identificar.
Durante a fuga, os servidores acabaram derrubados no chão e sofreram algumas escoriações. As informações são da direção da unidade, que no fim da manhã registrou boletim de ocorrência. O próprio diretor da unidade, José Marcondes, admitiu que não havia como impedir a fuga.
“Os servidores foram surpreendidos, e não tinha como fazer nada até porque eles [os menores] eram maioria. Saíram correndo das celas, se dividiram em dois grupos e escalaram dois lados dos muros da unidade, que tem mais ou menos três metros de altura”.
Dos 20 menores que escaparam, um acabou retornando momentos depois, por causa de um ferimento causado quando ele pulou o muro.
As polícias militar e civil estão em um trabalho conjunto para localizar os 19 adolescentes que permanecem foragidos. Um dos servidores que conversou com o Dourados News disse que a fuga foi até ‘tranquila’ de certo modo, e que era uma situação praticamente anunciada.
“Aconteceu hoje, mas poderia ter acontecido antes. Mesmo com déficit de agentes, conseguimos fazer um trabalho de controle bom aqui dentro. Mas, é uma situação complicada, não daria para sustentar muito tempo mesmo. Não acredito em sorte, mas ainda bem que nenhum de nós se feriu gravemente, porque se eles [os menores] quisessem, poderiam ter rendido, feito alguma barbaridade, porque estavam em maioria”.
