07/11/2014 08h00
ONU pede rigor da Justiça nas investigações sobre a morte de indígena em Dourados
Dourados News
Nota divulgada pela ONU Brasil Mulheres nesta quinta-feira (6), pede rigor e celeridade da Justiça nas investigações sobre a morte da liderança indígena Marinalva Manoel, 28. O corpo dela foi encontrado no sábado passado (1) perfurado com 35 golpes de faca, às margens da BR-163 em Dourados.
Marinalva participou no dia 15 de outubro, da comitiva que se reuniu com o poder Judiciário em Brasília a respeito de diversos assuntos, principalmente a agilidade na demarcação de terras.
De acordo com a nota, a vítima era uma das defensoras deste quesito no Estado e também estaria recebendo ameaças na região.
“Solicitamos ao poder público rigor e celeridade na investigação e justiça para o assassinato da jovem indígena Kaiowá”, finaliza o material.
No dia do crime, o corpo da vítima foi encontrado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o caso segue investigado.
Confira nota na íntegra:
O assassinato da liderança indígena Kaiowá Marinalva Manoel, de 28 anos, nos acomete de extremo pesar pela violência e pela truculência com que sua vida foi ceifada no último 1º de novembro, nas margens da BR-163, em Dourados (MS). Ela era uma das defensoras da demarcação da terra indígena Ñu Verá e integrante do Grande Conselho Guarani-Kaiowáda Aty Guassu. Frente ao perfil e às ameaças recebidas pela vítima, são evidentes os elementos de feminicídio, assassinato de mulheres por razão de gênero.
A Kaiowá Marinalva Manoel era uma mulher jovem obstinada que ousou defender os direitos dos povos indígenas, inclusive o de garantia à terra, e de sua ancestralidade, como ocorreu em 15 de outubro passado, quando esteve em Brasília como parte de comitiva indígena reunida com representantes do Judiciário.
Solicitamos ao poder público rigor e celeridade na investigação e justiça para o assassinato da jovem indígena Kaiowá. A familiares e aos povos indígenas do Brasil, manifestamos solidariedade.
