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segunda-feira, 23 de dezembro, 2024
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‘Alma’ foi morto e esquartejado pelos filhos do seu ex-parceiro de negócios na agiotagem

A polícia anda não tem a localização dos restos mortais do agiota Carlos Reis Medeiro de Jesus, de 52 anos, conhecido como ‘Alma’, e que estava sendo procurado pela família desde o final do mês de novembro de 2021. O inquérito da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH) ainda não foi finalizado, mas a investigação já constatou que ele foi sequestrado e morto, tendo o corpo esquartejado e enterrado.

De acordo com a atualização do caso, pelo menos seis pessoas teriam participado do crime, que está ligado com a prática de agiotagem e pode envolver até mesmo integrantes da facção criminosa organizada PCC (Primeiro Comando da Capital).

Para a investigação, Alma era agiota e viu o seu parceiro José Venceslau Alves da Silva (Celau) morrer em 2020. Logo, o filho deste, Thiago Gabriel Martins (Thiaguinho do PCC), passou a cobrar do agiota o dinheiro deixado pelo pai nos esquemas da dupla. A polícia acredita que esse sujeito seja o responsável pela morte de Alma.

O inquérito aponta que o filho do parceiro de Alma chegou a fazer alguns negócios com ele, inclusive, estava devendo dinheiro para o agiota que, por sua vez, passou a cobrar do rapaz, fazendo ameaças contra a sua vida e de sua família.

No dia 30 de novembro de 2021, último dia em que Alma foi visto vivo, este filho do seu ex-parceiro de agiotagem o chamou supostamente para receber o dinheiro devido na oficina em que trabalhava.

Para a polícia, tudo foi planejado, tendo Alma caído em uma armadilha. Imagens de câmera de segurança mostram o exato momento em que ele chega ao local em sua caminhonete S10, na Avenida Gunter Hans, e entra pelos fundos da oficina.

A investigação aponta que Thiago tem ligação com José Arantes, o ‘Tio Arantes’ do PCC. No encontro marcado, na referida data, ele disse para Alma que conseguiria pagar apenas parte da dívida e isso deu início a uma briga entre eles.

Em sequência, Alma foi alvejado por pelo menos três tiros de arma de fogo e morreu no local. Com a ajuda do seu irmão Rodrigo José Martins da Silva e de um homem identificado apenas pelo apelido de ‘Primo’, eles esquartejaram o corpo do agiota e desovaram em um local ainda não relevado.

Segundo a investigação, todos os funcionários da oficina teriam sido coagidos. Pelo menos um deles passou por exames de perícia que constataram evidências do crime. O rapaz também proibiu as testemunhas de falarem sobre o caso.

Para não levantar suspeitas, a caminhonete de Alma foi escondida na oficina e todos os veículos que pertenciam a vítima foram retirados do local e vendidos para terceiros. Os carros foram localizados dias depois em um desmanche no bairro Jardim Centro Oeste.

A polícia foi seguindo as provas deixadas pelos assassinos, primeiro com a câmera de segurança, depois com os carros até interrogar os envolvidos e determinar a realização dos exames forenses.

No dia 22 de fevereiro foram feitos pedidos de prisões temporárias de seis pessoas, além de mais de 10 mandados de busca e apreensão. Todos foram deferidos, mas a princípio apenas um dos envolvidos foi localizado e preso. Não há informação se Thiago está preso.

O caso segue em investigação. Os envolvidos no crime poderão responder por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.

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