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quinta-feira, 19 de setembro, 2024
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Alta dos combustíveis pode provocar desempregos, alerta Sindicargas

O aumento no preço dos combustíveis em todo o País não deverá provocar manifestações ou paralisações dos caminhoneiros, conforme circula nas redes sociais. A informação é do presidente do Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso do Sul), Gilmar Ribeiro da Silva, conhecido como Mazinho, em entrevista publicada pelo site da FIEMS nesta sexta-feira (11).

Desde as primeiras horas de hoje começou a ser praticado pelos postos de combustíveis o novo preço autorizado pela Petrobras. Com o aumento, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, enquanto o valor do diesel subiu de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Em Campo Grande, o litro da gasolina já é encontrado por até R$ 7,80.

De acordo com a fala do representante da categoria, o temor é de que haja demissões nas transportadoras por conta do aumento do custo com os combustíveis, mas não existe ainda cogitação de greve.

“É uma situação extremamente delicada. Sabemos que o impacto será diretamente nas transportadoras, mas é algo que afeta toda a cadeia, pois com o frete mais caro devido à alta dos combustíveis, provavelmente haverá redução nas contratações. Com isso, os empresários deverão reduzir o quadro de funcionários e muitos caminhoneiros poderão ficar desempregados”.

Mazinho reforçou, contudo, que apesar de a situação ser preocupante, o momento não é de greve. “Vemos algumas discussões sobre paralisações, mas não é o que defendemos por enquanto. Acreditamos que o momento pede diálogo, renegociações entre transportadoras e clientes para um reajuste que não onere apenas um lado e compreensão de todos para encontrarmos uma solução que impacte o menos possível a todos”, destacou.

Para presidente da Federação das Industrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, a política de preços deve ser revista pelo Governo Federal.

“É preocupante o tamanho do aumento. É preocupante o tamanho de inflação hoje. Nós não temos outras saídas a não ser transferir esse aumento no preço final dos produtos, o que resultará em mais inflação e em redução do consumo”, ressaltou.

Na avaliação de Longen, é fundamental que a logística seja reavaliada. “O custo do óleo diesel no frete nesse momento é impossível de ser absorvido. Com certeza nós teremos as categorias prejudicadas, tanto na produção e como na logística. Mas o que não resolve nesse momento é barulho ou greve”, pontuou.

Lei da cobrança única de ICMS do combustível será sancionada

O presidente Jair Bolsonaro deve sancionar até o final desta sexta-feira (11) o projeto de lei que prevê a cobrança em uma só vez do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, inclusive importados. A matéria foi aprovado durante a madrugada de hoje na Câmara dos Deputados, logo após ter sido aprovada também pelo Senado.

O texto prevê que a cobrança seja feita com base em alíquota fixa por volume comercializado e única em todo o país. “Na prática, o PL visa suavizar o aumento no óleo diesel”, citou Jair Bolsonaro, durante o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), referindo-se ao aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras.

Ainda segundo o presidente, após a sanção do projeto de lei o preço do produto deve cair nas bombas dos postos de gasolina. “No final das contas, o governo entra com aproximadamente R$ 0,30; os governadores com R$ 0,30, e o contribuinte com os outros R$% 0,30. Logo mais, terei sancionado o projeto, e o reajuste anunciado pela Petrobras no dia de ontem passa de R$ 0,90 para R$ 0,30 na bomba. Eu lamento apenas a Petrobras não ter esperado um dia a mais para realizar esse reajuste”, emendou.

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