Deve ser ouvido na quinta-feira (17) o fonoaudiólogo de 30 anos investigado por prática de estupro de vulnerável em Campo Grande. O profissional está preso desde o dia 09 deste mês, quando uma mãe, acompanhada por uma testemunha, denunciou o caso a polícia. Ao todo, quatro crianças já foram confirmadas como vítimas dele.
O caso está sendo investigado pela delegada Fernanda Félix, da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). Conforme ela disse à imprensa, o homem tinha um perfil para suas vítimas, optando sempre por crianças do sexo masculino, com menos de oito anos de idade e com a gravidade mais acentuada na fala.
Ele praticava os abusos sexuais sempre durante as consultas, em seu próprio consultório, levando em média 30 minutos cada ato. Para poder seduzir as crianças, o fonoaudiólogo oferecia recompensas, como doces, balas e pirulito. A investigação pontuou que ele agia com agressividade para intimidar as vítimas, no intuito de que nada fosse contado aos pais.
Para garantir que nada havia sido denunciado pelas crianças, o fonoaudiólogo abordava os pais e responsáveis pelas crianças após a consulta, através de mensagens de texto por celular. Ao todo, desde que o caso veio à tona, nove crianças já foram ouvidas por psicólogos especialistas, mas apenas quatro tiveram os abusos comprovados.
Ainda conforme a investigação, as vítimas não conseguem se expressar direito e acreditam que tudo se tratava como uma ‘brincadeira’, já que era assim que o fonoaudiólogo justificativa as suas ações para elas. A polícia segue buscando por novas vítimas do profissional, inclusive, através da lista dos pacientes atendidos por ele.
Em um dos casos confirmados de estupro, a mãe da vítima disse que o filho, de 8 anos, tinha sido diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e por isso passou a fazer consultas rotineiras na clínica. No início, era uma mulher quem fazia os atendimentos, mas logo o fonoaudiólogo passou a ser o responsável por ser considerado um ‘especialista’ no caso.
A mãe suspeitou de que algo de errado estivesse acontecendo por volta do mês de novembro do ano passado, sete meses depois de iniciar os atendimentos com o investigado. Na ocasião, a mãe estranhou o comportamento do filho logo que deixou a sala médica. Ela até chegou a entrar em contato com o médico, questionando se algo de errado tinha acontecido no atendimento, mas as respostas do profissional foram negativas.
O caso
A prisão do fonoaudiólogo aconteceu no dia 09 deste mês, dentro do consultório em que trabalhava, na Rua 15 de Novembro, no centro de Campo Grande.
O caso foi descoberto após uma criança questionar o irmão mais velho, de 10 anos, se era normal o médico passar a mão nos seus órgãos genitais durante o atendimento. Após a confissão do menino, eles relataram tudo para os pais.
O menino teria um atendimento na quinta-feira (10), mas como não poderia acompanhar, a mãe adiantou para a quarta (09).
Ela acompanhou o filho e ficou na recepção, tendo antes orientado o garoto a sair correndo da sala e gritar caso alguma coisa acontecesse.
Cerca de 15 minutos de sessão, o menino saiu chorando da sala e a mãe foi até a sala, com uma testemunha, e o deteve até a chegada da polícia.
Na ocasião, o profissional teria colocado a criança na maca, passado a mão na barriga do menor e, depois, teria tocado as partes íntimas do garoto.
O menino prestou esclarecimentos em depoimento especial, acompanhado de psicóloga, confirmando novamente os abusos. Ele segue preso aguardando a conclusão do inquérito policial.