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quarta-feira, 23 de outubro, 2024
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Fonoaudiólogo que abusava de crianças durante consultas vai para o presídio da Gameleira

O fonoaudiólogo Wilson Nonato, de 30 anos, foi encaminhado para o Presídio da Gameleira, em Campo Grande, onde irá aguardar a conclusão do inquérito policial que o acusa de abusar e estuprar crianças dentro do seu consultório, na rua 15 de Novembro, no centro de Campo Grande.

Nesta quinta-feira (17), ele foi ouvido pelos investigadores, mas permaneceu em silêncio alegando que daria esclarecimentos apenas em juízo. Ao todo, a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) já confirmou três vítimas do profissional, mas não descarta que possam existir mais.

A investigação confirmou que teve acesso a uma lista com 75 crianças que foram atendidas pelo fonoaudiólogo na clínica ao longo dos últimos meses. Desde a revelação do caso, no dia 10 deste mês, 16 famílias já procuraram a delegacia para prestar depoimento, já que os filhos tiveram contato com o profissional.

Wilson Nonato Rabelo Sobrinho está em Campo Grande desde abril do ano passado, vindo do Amazonas, seu Estado natal. Segundo a investigação, ele tinha um perfil de vítimas, sendo sempre meninos na casa dos oito anos de idade e com a gravidade na fala mais acentuada. Ele usava doces para convencer as crianças a praticarem o ato sexual, mas também agia com violência.

Para conseguir evitar suspeitas, o fonoaudiólogo não permitia o acompanhamento dos pais nas consultas e também mandava mensagens por WhatsApp aos responsáveis para descobrir se algo havia sido contado. A investigação relatou que em um dos casos o profissional usou uma máscara de proteção facial para tampar a boca da criança e evitar os gritos durante o estupro.

Wilson Nonato foi indiciado por estupro de vulnerável, com pena de 8 a 15 anos. De acordo a delegada Fernanda Mendes, as famílias de crianças que tenham passado por atendimento com o profissional devem procurar a Depca, que fica localizada na Rua Dr. Arlíndo de Andrade, 145, no Amambaí.

O caso

O esquema de abuso sexual foi descoberto no dia 9 de março, após a criança de oito anos relatar para o irmão mais velho, de 10, se era comum o ‘tio’ – conforme chama o profissional – tocar nos seus órgãos genitais durante a consulta.

Eles disseram tudo para a mãe que, para dar o flagrante, combinou com o filho de que levaria para consulta no dia 09 e que, caso o fono tentasse algo, ele deveria sair correndo, Cerca de 15 minutos depois que iniciou o atendimento, o menino saiu chorando e a mãe, junto de uma testemunha, fizeram o flagrante. Elas chamaram a polícia, que prendeu o fono na hora.

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