Foi pela promessa de um ‘amor eterno’ que a adolescente de 13 anos decidiu fugir da casa da avó, escondida, para ir morar com o namorado João Vagner Santos Correa, de 26 anos, na cidade de Cascavel, no interior do Paraná. Sem ter a mãe desde 2011, morta em um dos primeiros casos de feminicidio de Mato Grosso do Sul, e com o pai biológico ausente e que mora em Santa Catarina, a menina decidiu por seguir a orientação do sujeito que conheceu através do jogo online Free Fire há cerca de dois meses.
Ela, então, faltou em um dia de aula no dia 28 de abril e foi embora com a ajuda de João Vagner para a casa dele, onde mora com a mãe e uma irmã. Desde então, não foi mais vista pelos seus familiares, que estão com a guarda dela. A menina mora com a avó, que ficou desesperada com o sumiço da adolescente, chegando até mesmo a pensar que o responsável pela morte da mãe dela teria raptado a filha.
De acordo com a investigação do caso, o namorado veio para Campo Grande, juntamente com a sua mãe e uma irmã, para buscar a garota. Eles se encontraram na Praça do Rádio Clube. Inicialmente, João tentou levar a menina de ônibus para a cidade onde mora, mas os documentos dela estavam com a avó. Em seguida, decidiram ir de carro contratado através de um aplicativo. A corrida até a cidade ficou em R$ 1.850,00.
O caso foi solucionado após uma investigação da Polícia Civil e de um telefone dado pela adolescente para informar a tia e a avó de que ela estava bem, morando com um namorado no Estado do Paraná. João foi preso na terça-feira (03) pela polícia local, em depoimento, confessou que teve relações sexuais com a menina. Ele também apontou que a ideia da garota ir morar com ele foi totalmente da adolescente, mas concordou em vir buscá-la em Campo Grande.
Na manhã desta quinta-feira (05), a adolescente prestou depoimento na Delegacia Especializada na Proteção da Criança e Adolescente (DEPCA) de Campo Grande, após ter chegado na cidade no dia anterior. Ela contou que mentiu para a mãe do namorado sobre a sua idade, dizendo que tinha 16 anos, e que depois disso a mulher argumentou que “16 não tem nada, ela pode responder por ela”.
A menina confirmou que foi bem tratada e também garantiu que ligou para a sua avó quando chegou em Cascavel. De acordo com a tia dela, após a família do namorado ter conhecimento da foto do desaparecimento da menina, eles levaram a garota para a cidade de Toledo para tentar mandá-la para Campo Grande de ônibus, no entanto, a funcionária do guichê reconheceu a menor e acionou a polícia. Para a familiar da adolescente, a garota foi seduzida e persuadida pelo sujeito.
Apesar do crime, o homem segue em liberdade. Ele deve responder por estupro de vulnerável, podendo pegar de 8 a 15 anos prisão, e subtração de incapaz, condenação que vai de 2 meses a 2 anos. Em sua ficha criminal, há suspeitas de que ele tenha passagem por outros dois crimes, sendo estupro e latrocínio. O caso ainda está sendo invetigado e a família dele também pode responder pelo crime como cúmplices.
