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sábado, 21 de setembro, 2024
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Cachorro Thor, que foi arrastado na rua pelo próprio dono, já está em novo lar

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deve conceder nos próximos dias a guarda definitiva do cachorro Thor, da raça Pitbull, para a médica veterinária Jéssica Santos de Carvalho, que foi uma das responsáveis pelo tratamento dele em uma clínica veterinária de Campo Grande, logo após ser recolhido pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) no dia 18 de abril, pouco mais de uma semana depois do ter sido arrastado vivo por um carro dirigido pelo seu antigo tutor.

De acordo com a atualização do caso, a veterinária assinou nesta semana o termo de responsabilidade sobre o animal e agora aguarda pela decisão judicial, que deve lhe conceder a guarda definitiva de Thor. Até que isso aconteça, Jéssica não pode vender ou dar o cachorro para uma terceira pessoa sob o risco de sofrer punições judiciais. O cão já está morando com ela e deve ser castrado na próxima semana, quando o frio passar.

O antigo dono do animal, de identidade preservada, será indiciado por crime de maus-tratos. Isso porque, segundo o delegado Maércio Alves, ele não prestou socorro veterinário ao cachorro logo após o ocorrido, no dia 11 de abril, optando por tratar das feridas em casa. Ele foi ouvido na delegacia no dia 18, quando também apresentou o cão e o veículo usado por ele. Na perícia, a médica-veterinária Layrez Reis, enviada pelo CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), constatou que além de várias escoriações pelo corpo, o animal tinha ferida com a musculatura exposta e recomendou que fosse internado.

O caso ganhou muita repercussão nas redes sociais, após imagens de câmeras de segurança serem compartilhadas mostrando um veículo modelo Kadett arrastando o cachorro em diferentes ruas da Vila Nhanhá, em Campo Grande. Logo depois, o responsável foi identificado e, através do seu advogado, disse ao site EnfoqueMS que tudo não passou de um mal entendido. No ato, alegou que a sua avó havia amarrado a corrente do cachorro no parachoque traseiro do automóvel e, ao sair para ir em uma oficina mecãnica distante 8 quilômetros de sua casa, não viu e acabou arrastando o cachorro da família. Ele só notou o fato ao chega na oficina.

“A minha avó não sabia que eu ia sair com o carro e amarrou o cachorrinho no carro e ele entrou embaixo e eu não vi, não percebi e saí com o veículo. Se eu tivesse visto, eu tinha parado. Eu andei duas quadras e virei para deixar o carro na oficina. Quando eu adentrei que eu vi o meu cachorro na corda atrás do meu carro, na hora, eu fiquei tipo assim: ‘Você perdeu o juízo’. Eu não sabia o que eu fazia. Peguei ele no colo, todo mundo viu a minha sinceridade que realmente eu não sabia que o cachorro estava amarrado no carro de forma alguma”, disse o motorista e antigo dono do cachorro em vídeo divulgado pela sua defesa.

Apesar disto, o delegado responsável pelo caso explicou que, embora o rapaz alegasse que o cachorro tinha sido vítima de uma fatalidade, a omissão no tratamento deve ser considerado como crime de maus-tratos e por isso vai pedir o seu indiciamento. A defesa dele não se manifestou.

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