Os partidos que se autointitulam como a ‘Terceira Via’ das eleições presidenciais deste ano continuam ‘perdidos’ dentro do tabuleiro eleitoral de 2022. Nesta quarta-feira (18) o grupo adiou, mais uma vez, a aguardada e prometida indicação do pré-candidato que fará ‘frente’ ao duo Jair Bolsaron (PL) e Lula (PT), que desde sempre apareceram liderando as pesquisas de intenção de votos.
No mês de abril, quatro partidos (MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania) assinaram uma nota na qual se comprometiam com a sociedade em apresentar uma ‘chapa forte’ para disputar a presidência da República. A aliança tinha, até então, três pré-candidatos declarados, mas cada um de forma independente, sendo eles: João Dória (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil).
No entanto, ao longo das últimas semanas, as lideranças se desentenderam e o União Brasil optou por deixar o grupo e seguir com o seu projeto solo.
A ‘batalha de egos’ dentro da aliança não acabou e um grande racha se formou exclusivamente dentro da cúpula tucana, onde uma ala é contra a indicação de Dória concorrer para presidente do País. O ex-governador de São Paulo, aliás, deixou o cargo no início de abril exatamente para disputar o pleito e promete ir até mesmo na Justiça para ter o seu nome aprovado para a disputa de logo mais.
Ao mesmo tempo, no partido vizinho, a senadora sul-mato-grossense Simone Tebet deu uma série de entrevistas na qual afirmou não aceitar ser vice na chapa de qualquer outro nome. Com isso, cresceu a possibilidade dela ser a candidata a presidente e ter de vice o senador cearense Tasso Jereissati (PSDB/CE).
Na reunião desta quarta, as lideranças do agora trio partidário discutiram uma pesquisa, cujo resultado não foi revelado, encomendada com o objetivo de apontar qual dos pré-candidatos reúne mais condições de unificar o grupo. “Nós assistimos a uma apresentação. Cada partido formou seu juízo de valor e é uma decisão coletiva, de cada partido, convocar suas executivas para terça-feira [dia 24] à tarde, ouvir a recomendação de cada um dos partidos, para a partir daí, [dar] o passo seguinte, que possa nos apontar um candidato que reúna essa esperança de quebrar essa polarização”, afirmou o presidente do PSDB, Bruno Araújo, logo após o encontro.
“Nós três chegamos a um consenso, só que não somos nós que vamos decidir. Isso não é uma decisão individual minha, nem do Bruno, nem do Baleia [Rossi, presidente do MDB]. O que nós acordamos é que vamos levar essa nossa posição, cada um ao seu partido. E vamos dar tempo, evidentemente, para que o partido, aí sim, no momento em que eles decidirem, passa a ser aquele que é o candidato”, afirmou o presidente do Cidadania, Roberto Freire.
Não há uma nova data definida por eles para a apresentação da aguardada chapa. Enquanto isso, seus principais adversários na disputa, Jair Bolsonaro e Lula, seguem promovendo suas pré-campanhas e conquistando cada vez mais novos eleitores.
Outro detalhe é que o pré-candidato Ciro Gomes (PDT) vem assumindo, de fato, a terceira posição nas pesquisas e ‘se tornando’ a real terceira via destas eleições presidenciais. Ele tem a média de 6% das intenções de votos contra a média de 2% de João Dória e 1% de Simone Tebet, conforme apontam os últimos levantamentos dos principais institutos de pesquisa.