24/11/2014 15h30
Volume de treinos exagerado e falta de preparo podem causar tendinite
Globoesporte.com/eu atleta
Lesões traumáticas dos tendões e tendinopatias causadas por esforço repetitivo do esporte, principalmente na corrida de rua, são um problema crescente em medicina esportiva. A falta de acompanhamento do esportista por um treinador, a falta de preparo físico e, principalmente, os aumentos súbitos no volume dos treinos podem contribuir para a tendinite.
Especificamente para a tendinite de Aquiles, duas “falhas” podem agravar o problema. A primeira delas é a sola do tênis muito dura. A segunda é o modelo de tênis com acolchoamento excessivo no calcanhar. Uma vez lesionados, a maioria dos tendões têm a capacidade de cicatrizar, mas o tecido de reparação é funcionalmente inferior ao tendão normal, o que leva a um aumento do risco de nova lesão.
São diversos os fatores que podem fazer com que uma tendinite se torne crônica: a falta de descanso adequado na planilha de treinos e a vascularização pobre de alguns tendões, como o tendão supraespinal do ombro e o tendão de Aquiles, principais afetados.
O tratamento tradicional para qualquer tendinite baseia-se na fisioterapia, com recursos analgésicos e fortalecimento muscular. Recentemente, um novo protocolo avançado direcionado ao tendão patelar tornou-se mais popular, também chamado de fisioterapia excêntrica, composto por exercícios de contração contra resistência, muitas vezes vigorosos.
Outra alternativa é a terapia de ondas de choque (TOC), na qual um aparelho semelhante ao utilizado para se quebrar pedras no rim é direcionado ao tendão e os disparos estimulam a vascularização e, consequentemente, a cura.
Estudos recentes têm mostrado grande eficácia na aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP), extraído do próprio sangue do paciente, pois levaram ao alívio dos sintomas e rápido retorno ao esporte, prolongando-se por até um ano.
Estes estudos, no entanto, não provaram que o PRP seja um fator de modificação da doença, ou seja, não se provou que consiga curar lesão tendínea. Mas, sem duvida, torna-se uma ferramenta importante no alívio de sintomas para que haja progressão, reabilitação e pode, em muitos casos, prevenir uma intervenção cirúrgica.
Os resultados promissores da ação da infiltração tendínea do PRP têm encorajado pesquisadores do mundo todo. Estudos futuros determinarão em breve o efeito biológico do PRP na formação de tecido tendíneo.
