33.8 C
Campo Grande
domingo, 29 de setembro, 2024
spot_img

Jornalistas são agredidos moral e fisicamente em cobertura de invasão em Brasília

A lamentável e absurda ação terrorista que ocorreu neste domingo (8) em Brasília, além da destruição física e moral dos três Poderes Nacional: Executivo, Legislativo e Judiciário, a imprensa também foi atingida. Uma dezena de repórteres e fotógrafos foram agredidos em serviço ontem, durante a cobertura dos atos golpistas que depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Ao menos dez jornalistas, nacional e até internacional, sofreram ameaças, tiveram equipamentos quebrados, receberam socos, chutes e empurrões. Houve até cárcere privado e exigências para apagar imagens realizadas.

Conforme registros policial e das empresas dos profissionais, por exemplo, um profissional do jornal O Tempo, que pediu para não ter o nome divulgado, fez um relato das agressões. No Senado, ele foi “preso” por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por cerca de 30 minutos, teve o celular e a mochila tomados, recebeu chutes, levou tapa na cara e foi ameaçado com armas.

“Roubaram meu crachá, quebraram ele. Pegaram minha carteira, pegaram os documentos. Roubaram meu dinheiro, R$ 20. Era só o que eu tinha. Pegaram meu celular. Repetiam a todo momento que eu era ‘petista infiltrado’. Eu respondia que não era, que estava ali a trabalho. Foi então que colocaram uma arma na minha cabeça, dizendo que eu ia morrer. Outro apareceu com outra arma, colocada nas minhas costas. E não paravam de me dar tapa na cara, xingar”, disse o repórter.

Além do jornalista de O Tempo, foram agredidos repórteres da TV Band e do Washington Post e fotógrafos do jornal Folha de S.Paulo, e, agências AFP, Reuters, Poder360 e Metrópoles.

Vergonha internacional

A repórter Marina Dias, que fazia a cobertura para o jornal norte-americano Washington Post, também foi atacada por vândalos, que a perseguiram até a garagem do Ministério da Defesa. “Fui cercada, chutada, empurrada, xingada. Quebraram meus óculos, puxaram meu cabelo, tentaram pegar meu celular. É preciso punir essas pessoas. Isso é crime”, escreveu Marina no Twitter.

Sindicatos

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Federação Nacional de Jornalistas manifestaram seu “mais profundo repúdio aos atos golpistas e terroristas ocorridos neste domingo na Esplanada dos Ministérios e à violência contra profissionais da imprensa, impedidos de realizar seu trabalho com segurança”.

A nota diz, ainda, que “todos os acontecimentos em curso são resultado da inoperância do governo do Distrito Federal, de setores da segurança pública e Forças Armadas, que permitiram a escalada da violência e se mostraram coniventes com os grupos bolsonaristas, golpistas, que não respeitam o resultado das eleições, a Constituição e a democracia”. (Com informações Estadão Conteúdo)

Matérias anteriores

Ministros do STF classificam de “terroristas” os atos antidemocráticos

CNI defende punição exemplar para atos antidemocráticos e ataque a Brasília hoje

Veja como ficou o STF depois de invasão na tarde deste domingo

Absurdo: Vídeo mostra que invasão em Brasília anima Bolsonaristas na Capital

Terroristas bolsonaristas atacam o estado democrático de direito, diz Fenaj

Fórum de governadores oferece forças de segurança a conter atos em Brasília; Riedel vota

Governador de MS lamenta invasão em Brasília e diz que “não podemos aceitar a afronta à democracia”.

Forças de segurança conseguem desocupar rampa do Planalto e fazem prisões

Presidente Lula decreta intervenção federal no DF e diz que terroristas serão encontrados e punidos

Senadora Soraya de MS vai pedir CPI dos atos antidemocráticos

Golpistas de MS estão entre invasores das sedes dos três Poderes em Brasília

Deputados de MS pedem rigor da lei contra golpista que invadiram Brasília

Congresso, STF e Planalto: Golpista já terroristas invadem todas as sedes dos Poderes em Brasília

Vídeos: Golpistas invadem Congresso Nacional em continuidade dos atos antidemocráticos no Brasil

Fale com a Redação