27.8 C
Campo Grande
sábado, 23 de novembro, 2024
spot_img

Mãe e padrasto da menina Sophia são denunciados por homicídio, estupro e omissão

O padrasto e mãe da menina Sophia, assassinada aos dois anos de idade pelo casal em decorrência de maus-tratos e violência física, forma denunciados pela Promotoria de Justiça de Mato Grosso do Sul pela prática de homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e omissão de socorro.

A denúncia aconteceu nesta quinta-feira (09), conforme a publicação, a mãe da vítma vai julgada por homicídio doloso por omissão, por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos. Já o padrasto será julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, por motivo motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável.

O juiz responsável pelo processo será Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), primeiro ele vai analisar o caso e então deverá decidir se aceita ou não a denúncia para dar andamento a ação penal contra o casal. Enquanto isso, os dois seguirão presos.

O caso

Padrasto e mãe foram presos em flagrante, na noite do dia 26 de janeiro acusados de espancar e matar a filha, de apenas dois anos e sete meses de idade, em Campo Grande. A criança deu entrada, morta, na Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Coronel Antonino.

De acordo boletim de ocorrência, a menina foi levada ao posto de saúde pela mãe com várias lesões pelo corpo, mais precisamente, nas costas, no braço, joelho, olho e também um inchaço ao ombro esquerdo, além de estar com abdômen inchado. As médicas plantonistas fizeram o atendimento e constataram que a criança já estava sem vida, inclusive com início de rigidez cadavérica, calculando que a morte poderia ter ocorrido a cerca de quatro horas antes.

Diante do caso, a polícia foi acionada, sendo informado ainda pelas médicas que estranharam a calma e tranquilidade da mãe, após receber a notícia do óbito da filha. “Apenas veio a demonstrar nervosismo, quando informada que seria acionada a polícia”, relatou uma das médicas.

Ainda de acordo com registro policial, a mãe negou em primeiro momento as agressões, mas depois mudou a versão passando a contar que trabalhava o dia todo e que seu marido, cadastro da criança, cuidava da menina e que ele dava tapas e socos para “corrigi-la”. Ao final, também, a mulher acabou confessando que batia na própria filha.

Segundo o laudo necroscópico, ela teria morrido entre às 9 e 10 horas do dia 26 de janeiro, tendo dado entrada na UPA somente por volta das 17 horas, ou seja, sete horas depois da morte. No dia da morte da Sophia, a equipe médica acionou a polícia e, de imediato, uma equipe do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foi até o local e conversou com os profissionais.

“Eles disseram que desconfiavam de que a menina estivesse morta há pelo menos 4 horas, relatando ainda que a mãe demonstrou certa frieza e só se desesperou quando foi avisada de que a polícia tinha sido acionada”, contou a investigação do caso. “Na delegacia, o padrasto se reservou ao direito de ficar calado e falar somente em juízo. Já a mãe disse que a criança tinha passado mal e que estava com a barriga inchada porque tinha comido muita maionese. Ela disse ainda que já tinha batido na filha algumas vezes, mas de forma corretiva e que nunca houve um espancamento”, revelou.

Foi feito exame necroscópico em Sophia e o laudo apresentou que a menina teve traumatismo raquimedular em coluna cervical e constatou que ela estava com hímen rompido, por violência sexual não recente. Durante os trabalhos investigativos, a DEPCA apreendeu um computador e dois telefones celulares pertencentes aos autores. Foi representada pela quebra do sigilo telemático, que foi autorizado pelo Poder Judiciário.

A delegada Anne Karine informou que foi constatada trocas de mensagens entre os autores, demonstrando que eles tentavam criar uma versão para o motivo da morte da menina, que os eximissem de culpa. “Em uma das conversas o padrasto de Sophia pedia para a mãe dela dizer que a menina tinha caído no parquinho e posteriormente sugeria para ela contar a verdade, porém, assim que ela contasse ele se mataria”, disse.

Fale com a Redação