17/01/2015 12h30
Defesa de PM preso pela morte de Haíssa vai entrar com pedido de liberdade: ‘Foi um acidente’
Por: Valdeir Azevedo
Os advogados do cabo Delviro Anderson Moreira Ferreira, preso por envolvimento na morte de Haíssa Motta, de 24 anos, vão entrar com pedido de relaxamento da prisão de seu cliente na próxima segunda-feira. O cabo dirigia a viatura que perseguiu o carro no qual estava a jovem e seus amigos. Além de Delviro, o soldado Márcio José Watterlor Alves, responsável pelos tiros que mataram Haíssa, também está preso. Ele estava no assento carona da viatura. Watterlor ainda não tem um advogado que lhe respresente no processo.
– Não há motivos para que essa prisão seja mantida. O fato aconteceu há seis meses e não houve qualquer ameaça às testemunhas. Delviro não oferece qualquer perigo. Além disso, ele é totalmente inocente. Foi um acidente o que ocorreu – afirmou o advogado Antônio Pereira, que defende o cabo.
Os dois policiais militares acusados de envolvimento na morte de Haíssa foram presos na última quinta-feira. Eles estão no Batalhão Especial Prisional da PM em Benfica, na Zona Norte do Rio. Ambos tiveram prisão preventiva decretada na quarta-feira pelo juiz Glauber Bittencourt, da 1ª Vara Criminal de Nilópolis.
Na decisão, o magistrado afirma que o afastamento das funções de policiamento ostensivo é “insuficiente para assegurar a livre colheita da prova” do crime. Segundo o magistrado, somente a prisão cautelar é que poderá “afastar qualquer temor por parte das testemunhas” da morte da jovem. No despacho, Glauber declara ainda que “as imagens do que ocorreu na fatídica madrugada de agosto de 2014 estarreceram o país”. O vídeo, segundo o juiz, mostra que inúmeros disparos de arma de grosso calibre foram efetuados na direção do HB20 – conduta que “ceifou a vida da jovem Haissa” e “enlutou uma família inteira”.
Os policiais foram denunciados pelo Ministério Público estadual pelos crime de homicídio doloso.
O crime
Haíssa foi atingida por um tiro de fuzil, nas costas, durante uma perseguição em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Nas imagens das câmeras mostram Watterlor colocando o corpo para fora do carro e disparando nove vezes contra o veículo onde estava Haíssa e os amigos.