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terça-feira, 29 de abril, 2025
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2024 será ano bissexto com 366 dias

Ano bissexto serve para ‘compensar’ a ‘sobra’ dos anos

O ano de 2024 bate à porta e, junto com ele, o momento de acertar as contas com o calendário. Isso porque os anos não tem exatos 365 dias, e de quatro em quatro anos, é preciso compensar essa defasagem. Por isso, no próximo ano, fevereiro terá 29 dias.

Serão, ao todo, 366 dias pelo calendário gregoriano. Este fato ocorre a cada quatro anos para ajustar o ano civil ao ano trópico, que é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol com 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

“Se arredondarmos isso para 365 dias e 6 horas, vemos que em quatro anos a diferença é de 24 horas, ou seja, um dia. Se não fizermos esse ajuste a cada quatro anos, as estações vão mudando de mês. Em 120 anos já teríamos uma diferença de um mês. Assim nós teríamos, por exemplo, o verão começando em novembro. A nossa vida civil é mais baseada nas estações do ano do que possa parecer à primeira vista, e isso geraria grandes problemas”, explica a astrônoma do Observatório Nacional (ON/MCTI), Josina Nascimento.

Conforme explica Josina, a diferença da aproximação de 6 horas para  5 horas, 48 minutos e 46 segundos é resolvida fazendo o acerto nos séculos inteiros: só é bissexto o século inteiro que for divisível por 400. Assim, 1900 não foi bissexto, 2000 foi bissexto e 2100 não será.

Na prática, o ano bissexto faz o calendário “pular” um dia. Assim, datas que caíram na quarta-feira durante 2023 e que iriam para a quinta no próximo ano, passarão direto para a sexta em 2024. 

A existência de anos bissextos tem um culpado principal: o papa Gregório XIII. Foi ele quem estabeleceu o calendário que utilizamos, chamado de “gregoriano”, que dita que uma volta do planeta em torno do seu eixo equivale a um dia, e uma volta da Terra em torno do Sol, um ano. Acontece que o nosso planeta leva um pouco mais de um ano para contornar a estrela: são 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

Foram os egípcios de Alexandria que, há mais de 2 mil anos, deram a solução para o problema: o que sobra é acumulado durante quatro anos e forma o ano bissexto. Caso contrário, em 372 anos, haveria um atraso de três meses entre o “ano civil” (que tem duração de 365 dias) e o ano solar, correspondente ao movimento de translação da Terra ao redor do sol.

Mas por que em fevereiro?

O problema do dia a mais ser em fevereiro tem outro culpado: Júlio César, o imperador romano. Foi ele que, em 46 a.C., reformulou a contagem do tempo e instituiu o calendário juliano. Nele, o último mês era fevereiro, mas o “bônus” do dia a mais não era adicionado depois do último dia do ano, e sim no sexto dia antes do mês de março, que era contado duas vezes. Por isso, “bissexto”.

E quem nasce no dia 29 de fevereiro?

A data de nascimento é determinada pela DNV, a declaração de nascido vivo, de acordo com a Lei 6.015, de 1973, que dispõe sobre registros públicos. Assim, a certidão deve conter o dia, mês, ano, lugar e horário exatos do nascimento de acordo com a DNV, e a mudança — para o dia 28 de fevereiro ou 1º de março — é considerada crime. Por tanto, quem nasce no dia 29 de fevereiro faz, de fato, aniversário de quatro em quatro anos.

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