O diretor de comunicação da Associação Águia Morena de Redução de Danos, Kedney Araújo, utilizou a Tribuna, na sessão desta quinta-feira (22), para falar sobre políticas públicas para a população de rua. O convite foi feito pela vereadora Luiza Ribeiro.
“Fui usuário de substância psicoativa e, graças ao olhar humanizado, pude me reorganizar e hoje sou estudante de serviço social e militante dos direitos humanos. Defendemos uma questão primordial, que é o direito à vida”, iniciou.
Segundo ele, no ano passado, sete pessoas em situação de rua foram assassinadas em Campo Grande. Além disso, relata, casos de racismo, homo e transfobia são registrados diariamente. “São números que deveriam envergonhar qualquer cidade”, lamentou.
Para o militante, incitar o ódio contra pessoas que são marginalizadas é “piorar a situação”. Ele afirma que há uma “necropolítica que mata pessoas pretas”. “Não são noias, pedintes. São Marias, Alexandres que merecem nosso cuidado”, defendeu.
“Estamos aqui por essas pessoas. Pessoas e famílias que têm sonhos, sentimentos, e querem ser ouvidas, abraçadas e cuidadas. O cuidado não é um favor. Faltam políticas públicas para essas pessoas. Falta um serviço de qualidade e humanizado. A solução não é isolá-los, mas oferecer um serviço de qualidade que respeite suas características”, finalizou.