Uma Organização Não-Governamental (ONG) foi interditada pela Polícia Militar Ambiental (PMA) nessa sexta-feira (19), em Campo Grande, por ter o alvará de funcionamento vencido e também por deixar 350 cães e gatos em situação de abandono e maus-tratos.
O imóvel, localizado na Rua Santa Catarina, no Bairro Coronel Antonino, foi alvo de denúncias anônimas. A proprietária foi conduzida até a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).
As equipes foram até o local para apurar a existência de animais silvestres, já que vizinhos alegam terem visto um possível macaco pendurado em uma das portas de um quarto. Na vistoria do local, além de muita sujeira acumulada, foram encontradas gaiolas.
Ao todo, foram contabilizados 50 cachorros e 300 gatos, aparentemente todos estão doentes. Além das gaiolas, parte dos animais foram encontrados soltos pela casa, alguns usavam coleiras. Nenhum animal silvestre foi encontrado.
Ainda conforme a investigação, além do alvará já ter vencido em fevereiro deste ano, a ONG tinha seis funcionários trabalhando sem as devidas proteções. Por conta disso, o Ministério Público do Trabalho foi acionado para acompanhar o caso.
A licença da ONG permitia apenas recolher e dar tratamento para os animais que deveriam ser encaminhados para lar temporário ou abrigo, já que o espaço não comporta o número de cães e gatos encontrados no local.
A Decat informou que, por conta da grande quantidade, os animais irão continuar abrigados na casa e sendo alimentados e monitorados por um dos funcionários que reside nas proximidades.
O imóvel tem portão fechado e telas no muro para evitar a fuga dos gatos. O local está em situação precária de higiene e o ambiente era insalubre, tanto para as pessoas quanto para os animais. O funcionário que ficou responsável deverá fazer a limpeza.
No depoimento, a dona da ONG disse que só falaria na presença do advogado. Ela foi autuada por maus-tratos e multada em R$ 500 por cada animal, totalizando, portanto, R$ 175 mil. A dona vai pernoitar na cadeia e aguardar a audiência de custódia.
