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sexta-feira, 22 de novembro, 2024
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Maio Laranja: Representantes de entidades reforçam ações de conscientização

Movimentos, campanhas, ações educativas e leis aumentaram a consciência sobre a escala do problema da violência sexual e tornaram mais fácil para as vítimas falarem sobre as suas experiências. Mas revelar o abuso sexual continua a ser difícil, especialmente quando acontece durante a infância e no seio da família. O Maio Laranja foi destaque na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) desta terça-feira (30).  

A convite do deputado Pedrossian Neto (PSD), a conselheira tutela de Campo Grande, Ana Caroline Kalache fez uso da tribuna e destacou a importância do Maio Laranja. “É uma fundamental para conscientização, prevenção e proteção das nossas crianças e adolescentes contra qualquer forma de violência sexual. É urgente o enfrentamento ao problema, capacitando as pessoas para identificar os sinais, quebrando tabus e garantindo o apoio à vítima”, disse.

Ana Carolina informou que em 2023 foram 39.357 denúncias de abuso e exploração sexual. “Uma em cada quatro meninas e um em cada seis meninos foram vítimas de algum tipo de abuso ou assédio sexual antes dos 18 anos no Brasil. Devemos estar atentos aos sinais de qualquer violência sexual infantil e saibamos responder de maneira apropriada e eficaz. A prevenção e a capacitação dos atores de proteção da rede e também da sociedade são fundamentais para proteger nossas crianças e adolescentes”, disse.

A psicanalista Viviane Vaz, diretora do Projeto Nova, abordou acrescente presença de imagem de abuso e exploração sexual na internet. “É nosso dever trazer à luz essa realidade dolorosa.  Nosso Estado sempre ocupa as primeiras posições nos índices. Isso nos invoca a mudarmos essa situação. Muitas crianças estão sendo aliciadas dentro da própria casa, entre quatro paredes, fazendo uso da internet. 78% dos usuários de internet, com idade de 9 e 17 anos, estão expostos e revelam a vulnerabilidade das crianças no contexto online”, falou.

Segundo Viviane, a violência sexual contra crianças e adolescentes desconhece fronteiras, classes sociais e culturas. “Infelizmente, está presente entre os povos indígenas e ribeirinhos, nas casas ricas e abastadas, em todas as classes sociais. Precisamos do compromisso genuíno para enfrentar essa pandemia. As crianças têm direito fundamental de crescerem num ambiente seguro, livre de violência e exploração. Somos o maior catalisador para mudança. Que nosso compromisso seja inabalável. Juntos podemos fazer a diferença”, afirmou.

⁠Bastante emocionada, Zaira Brito, responsável pelo Abrigo Segunda Casa, falou como as vítimas chegam na instituição. “Assustadas, com medo. Elas são retiradas da própria casa e vivem sob ameaça.  A maioria sofreu a violência de quem deveria protegê-la. Nosso desafio é dar amor, cuidado e mostrar que ela merece ser amada. Devemos estar atentos aos sinais”.

O abuso infantil pode se fazer evidente de forma direta, na forma de marcas, machucados e hematomas. Hesitação em permitir com que a criança use trajes de banho em público, por exemplo, podem ser sinais de que os pais ou cuidadores estão escondendo abuso.

O comportamento também pode ser um indicativo. Além do aspecto físico, o abuso pode causar problemas como depressão e ansiedade. Crianças que mentem demasiadamente, ficam em silêncio, que se tornaram agressivas ou possuem dificuldades de se expressar apresentam sinais de que estão sendo violentadas. 

Todos esses comportamentos demonstram o medo extremo que a criança sente de desapontar os adultos à sua volta, um sinal de abuso infantil. Por outro lado, a desnutrição e a falta de higiene também podem ser sinais.

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