09/02/2015 14h00
Sesau deposita R$ 10 milhões para evitar greve na Santa Casa
Campo Grande News
O secretário de saúde, Jamal Salem, culpou atraso no repasse federal de R$ 10 milhões para justificar adoção de manobra financeira, a fim de evitar que funcionários da Santa Casa de Campo Grande iniciem paralisação. Ele ainda classificou, nesta segunda-feira (9), “injusto” o posicionamento do hospital, na semana passada, ao atribuir somente a Prefeitura ônus pelo atraso de recurso do Ministério da Saúde.
“Nos sentimos chateados porque o problema não foi da Sesau, mas do Ministério da Saúde. Estamos retirando dinheiro de pagamento de contas de laboratório e compra de medicamentos, mas não haverá atraso aos fornecedores. Não é a primeira vez que antecipamos e nem queremos viver dessas crises permanentes”, comentou Jamal, em entrevista coletiva nesta manhã.
Em nota, na sexta-feira (6), a Santa Casa atribuiu ao município falha em repasse de R$ 11.882.126,24, referentes aos meses de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015. A associação ocorreu porque o recurso passa pela conta da Prefeitura, antes de chegar ao hospital.
Por conta dos atrasos, o Siems (Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) convocou paralisação no hospital de 70% dos profissionais técnicos, auxiliares e enfermeiros.
A fim de reverter a situação, Jamal pontuou que o depósito já foi realizado e que a diferença faltante, proveniente do Governo do Estado, se encontra disponível para transferência.
Divergências – O caso mais uma vez revelou “divergências”, conforme o secretário, nas negociações com o hospital. Repasse de quatro parcelas de R$ 3 milhões não avançou no cumprimento de “acordo verbal” para instalação de 100 novos leitos, além de serviços voltados a psiquiatria e ortopedia.
Com isso, reunião na Santa Casa, a partir das 14h30, pretende repactuar os acordos existentes e solucionar as constantes crises, inclusive da falta de leitos.
Devem participar do encontro os secretários de saúde do Estado e município, Nelson Tavares e Jamal Salem, o superintendente de saúde de Campo Grande, Virgílio Gonçalves, bem como o médico e ex-secretário estadual Antônio Lastória.