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sexta-feira, 22 de novembro, 2024
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Indígenas denunciam novo ataque em área conflitos com fazendeiros em MS

A guerra brasileira continua nas áreas indígenas no sul de Mato Grosso do Sul, tendo sido registrado um novo ataque em área de conflitos com fazendeiros em MS. Um grupo de indígenas Guarani Kaiowá denunciaram novo ataque a tiros, em possível retaliação, na tarde deste domingo (14), em Douradina, região sul, a 195 KM de Campo Grande.

Os indígenas apontam que ataque teria sido motivado por retomada de parte do território Panambi – Lagoa Rica, ocorrida em ação da comunidade Guarani, durante a madrugada.

Segundo informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a ofensiva deixou um indígena ferido. Ainda de acordo com o Conselho o território de Lagoa Rica já é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares no ano de 2011. Seu processo de demarcação, no entanto, está paralisado.

Em nota, a Aty Guasu (Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani), lamentou o ataque. A postagem informa ainda que o mesmo grupo suspeito de ter atacado já atentou contra a comunidade em 2015.

Confira o comunicado:

“[…] decidimos retomar, nesta madrugada (14), parte de nosso território de Panambi – Lagoa Rica, localizada no município de Douradina, no Mato Grosso do Sul. Em represália, durante a tarde, fomos atacados por fazendeiros da região, que em bandos invadiram nossa comunidade. Na mesma tarde, no tekoha Guayrakamby’i, que integra o mesmo território, um indígena foi alvejado”, disse.

“Eles estão atirando para matar e prometendo um massacre. Estamos pedindo, urgentemente, socorro. Lembramos que em 2015, estes mesmos grupos de fazendeiros já atacaram a comunidade de Guyrakamby’i, e que só não cometerem uma chacina porque o MPF (Ministério Público Federal) impediu. Solicitamos urgente ajuda e que o Estado garanta nossa segurança, pois estamos em nosso território ancestral”, complementa.

Por fim, a nota também reivindica o direito à demarcação do território indígena, e faz uma crítica ao Marco Temporal.

“Queremos nossa terra e seguiremos em marcha em busca do direito à demarcação de nosso território que nos é garantido pela Constituição Federal em seus artigos 231 e 232. Com isso denunciamos a inconstitucionalidade da Lei 14.701 e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48”, finaliza a nota.

As DPU (Defensorias Públicas da União) e do DPE (Estado de Mato Grosso do Sul); MPF (Ministério Público Federal) e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) foram acionados.

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