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sábado, 23 de novembro, 2024
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Amigos e parentes de jovem de 19 anos que morreu na 14 de julho pedem justiça

Parentes e amigos de Letícia Machado Gonçalves, de 19 anos, morta em um acidente de trânsito na tarde do último domingo (25), na região central de Campo Grande, realizaram um protesto pedindo por justiça, neste sábado (31). Com cartazes e faixa, eles pediram para que a morte da jovem não fique impune. 

Letícia pilotava sua motocicleta pela Rua 14 de Julho quando, ao cruzar com a Rua Marechal Rondon, foi atingida na parte traseira por uma BMW. O impacto fez com que a jovem fosse arremessada contra um poste, levando-a a falecer no local.

De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista não apresentava sinais visíveis de embriaguez ou ferimentos decorrentes do acidente. Ele relatou à polícia que havia obedecido à sinalização do semáforo e só notou a presença da moto no momento da colisão.

Quando foi solicitado que realizasse o teste do bafômetro, procedimento comum em acidentes fatais, o motorista inicialmente se mostrou disposto a colaborar, mas foi posteriormente aconselhado por seu advogado a não realizar o teste.

Ana Lucia Oliveira Machado, mãe de Letícia, relembra que sua filha era apaixonada por viagens e estava fazendo trabalhos extras para financiar uma viagem que estava planejando. “Ela tinha apenas 19 anos. Saiu para trabalhar em um domingo frio, véspera de feriado, e o centro da cidade estava vazio. Não era um dia comum, não era horário de pico, nem um momento que poderíamos dizer que estava perigoso”, comentou.

Ana destacou que Letícia tinha muitos planos e estava feliz. Ela estava casada havia dois anos. “Ainda bem que ela encontrou meu genro, que trouxe mais felicidade para a vida dela”, acrescentou.

A mãe da vítima também expressou frustração pela falta de acesso às imagens das câmeras de segurança da região, que a família ainda não conseguiu obter. “A Rua 14 de Julho está cheia de câmeras, e nós não temos acesso a elas. Achei que essas câmeras também seriam para nós, cidadãos”, afirmou.

Francisco Albino, advogado da família, explicou que, com base nas imagens que conseguiram, tanto a família quanto a defesa acreditam na hipótese de dolo eventual.

“Não acreditamos que alguém que desrespeite um semáforo não esteja assumindo um risco e uma responsabilidade. As imagens mostram claramente um veículo preto, uma Blazer, que para no semáforo, e logo atrás o motorista da BMW avança o sinal vermelho. Por que ele passou enquanto os outros carros pararam? Se alguém decide furar o sinal vermelho, entendemos que isso configura um crime culposo. Quando se passa por um sinal vermelho, assume-se o risco”, esclareceu.

“Uma vida foi perdida e precisamos de uma resposta para isso. Não podemos deixar que isso passe despercebido. Nos acostumamos tanto com a violência no trânsito aqui na capital que, quando alguém morre, é como se fosse apenas mais um caso, como se fosse uma árvore que caiu na esquina. Não é assim. Era uma vida, uma pessoa com uma história. Letícia tinha apenas 19 anos, recém-casada, estava planejando ter filhos, estudava e trabalhava”, concluiu.

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