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sexta-feira, 22 de novembro, 2024
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Observatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua na próxima terça

Fenômeno será visível em várias partes do mundo, incluindo Brasil

O Observatório Nacional vai transmitir ao vivo o eclipse parcial da Lua que ocorre na noite da próxima terça-feira (17) até a madrugada do dia 18. O programa O céu em sua casa: observação remota vai mostrar o fenômeno que será visível em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, e a transmissão ao vivo permitirá que todos acompanhem de perto este espetáculo celeste.Observatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua na próxima terçaObservatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua na próxima terça

Observatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua na próxima terça
Composição que mostra o eclipse lunar parcial. 

Um eclipse parcial da Lua ocorre quando apenas uma parte da Lua passa pela sombra escura da Terra, conforme explica a astrônoma do Observatório Nacional, Dra. Josina Nascimento:

“A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol, então, quando a Lua está na penumbra (seja totalmente na penumbra ou parcialmente na penumbra) não se percebe nenhuma mudança a olho nu (sem o uso de instrumentos).A essa fase chamamos de fase penumbral. Há  eclipses que são somente penumbrais. Ou seja, a Lua penetra na penumbra e depois sai da penumbra.”

Já a umbra é a sombra mais escura, onde não chega luz solar alguma. No eclipse parcial, a Lua começa a passar pela umbra, o que faz com que uma parte dela escureça e nós podemos ver isso simplesmente olhando para a Lua. À medida que a Lua avança na umbra ela vai ficando com uma “mordidinha” escura, que vai crescendo cada vez mais até o máximo do eclipse parcial. Agora, quando a Lua penetra completamente na umbra, ocorre o eclipse total da Lua.

“Então, todo eclipse total tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial, depois a total, depois nova fase parcial e depois nova fase penumbral. E todo eclipse parcial tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial e depois a penumbral”, explica Josina.

Observatório Nacional vai transmitir eclipse parcial da Lua na próxima terça
A lua mergulha totalmente na umbra da Terra durante um eclipse total da Lua.

Segundo a astrônoma, o Brasil inteiro vai acompanhar o evento completo. Mas, este será um eclipse parcial com pequeníssima parte da Lua penetrando na umbra. No máximo do eclipse parcial somente 3,5% da área total da Lua estará escura.

Josina esclarece que, diferentemente do Eclipse do Sol, no horário do eclipse lunar, quem estiver vendo a Lua verá a lua eclipsada. Ou seja, a condição para ver qualquer eclipse da Lua é que a Lua esteja acima do horizonte no local onde a pessoa está e também que não haja nuvens encobrindo a Lua. 

“Como todo eclipse da Lua acontece na Lua Cheia e como a Lua Cheia fica a noite inteira no céu (ela nasce quando o Sol se põe e se põe quando o Sol nasce), então a condição é que seja noite no local que você está no horário do eclipse (e que não haja nuvens na frente da Lua)”, pontua Josina.

O eclipse parcial da Lua da noite do dia 17 de setembro será visto do início ao fim (ou seja, fase penumbral, parcial e penumbral de novo) em todo o Brasil. No horário de Brasília teremos:

  • Início do eclipse penumbral às 21:41:07
  • Início do eclipse parcial às 23:12:58
  • Máximo do eclipse parcial às 23:44:18
  • Fim do eclipse parcial já no dia 18 às 00:15:38
  • Fim do eclipse penumbral no dia 18 às 01:47:27

Além de acompanhar a transmissão ao vivo do Observatório Nacional, é possível ver o eclipse simplesmente olhando para o céu (desde que não haja nuvens na frente da Lua). Como o eclipse visível a olho nu é o eclipse parcial, que só começa às 23h12, a Lua vai estar bem alta no céu para todo o Brasil, o que facilita ainda mais a observação. 

Josina observa ainda que não é preciso nenhum equipamento especial para observar o eclipse. Além disso, os observadores podem olhar diretamente para a Lua, sem preocupações, pois, ao contrário de um eclipse solar, não há riscos para os nossos olhos.

É interessante notar que eclipses da Lua e eclipses do Sol acontecem em sequência. Isso se deve ao fato do plano de órbita da Lua ser inclinado em relação ao plano de órbita da Terra, de aproximadamente 5 graus. Se não houvesse essa inclinação em toda Lua Nova haveria um eclipse do Sol e em toda Lua Cheia haveria um eclipse da Lua. Quando ocorre o alinhamento ou quase alinhamento entre Sol, Terra e Lua e ocorre em um eclipse da Lua, por exemplo, significa que na Lua Nova anterior ou na seguinte, houve ou haverá, um eclipse do Sol. Pode ocorrer também em tripla sequência: eclipse do Sol seguido de um eclipse da Lua, seguido de outro eclipse do Sol ou eclipse da Lua seguido de um eclipse do Sol, seguido de outro eclipse da Lua. 

Em sequência ao Eclipse da Lua de 17-18 de setembro, haverá o eclipse anular do Sol em 2 de outubro, que também será transmitido pelo Observatório Nacional.

Por fim, a astrônoma do ON destaca a importância de eventos astronômicos como este:

“Eventos como os eclipses lunares são oportunidades maravilhosas para despertar a curiosidade das pessoas sobre o espaço. Eles permitem que qualquer pessoa, sem a necessidade de quaisquer equipamentos, observe fenômenos astronômicos e compreenda melhor a dinâmica entre a Terra, o Sol e a Lua, sendo uma ótima oportunidade para divulgar a ciência e a astronomia. Uma coisa super legal que conseguimos fazer durante a live da transmissão é conversar com o público através do chat do YouTube. Com a ajuda dos astrônomos que estão na live e o pessoal de apoio da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência do Observatório Nacional, nós temos conseguido responder a todas perguntas mesmo nas lives com centenas de milhares e até milhões de pessoas assistindo”, finaliza Josina.

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