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quinta-feira, 19 de setembro, 2024
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Marcelo Rios nega envolvimento na morte de ‘Playboy da Mansão’ e diz que foi contratado para guardar armas de pistoleiro

Considerado o braço direito de Jamil Name Filho, o Jamilzinho, Marcelo Rios prestou depoimento na tarde desta terça-feira (17) no segundo dia do júri que apura a morte de Marcel Colombo, conhecido como “Playboy da Mansão”. Antes de começar a falar, o réu disse que não iria responder às perguntas do juiz Aluízio de Souza. Desta forma, passou a responder às perguntas do advogado dele, Márcio Widal.

Logo, Marcelo afirmou que nunca conheceu o policial federal Everaldo, outro réu no processo penal. Já sobre Juanil, apontado pela investigação como autor do assassinato, Rios detalhou que o conheceu em meados de 2016, ao tomar conta de um terreno de Jamilzinho. Sobre a relação, ele classificou dizendo ter sido esse o “início do meu martírio, do meu terror”.

O ex-guarda afirmou não ter participação no crime. Ele foi preso em flagrante quando voltava de Bonito, no cruzamento das avenidas Eduardo Elias Zahran e Rodolfo José Pinho. “Eu errei. Sem pensar duas vezes, confessei o que fiz. Agora quanto a esse homicídio, não tenho envolvimento nenhum. O que fiz, confessei”, declarou Marcelo.

O crime que ele confessou, no caso, são as armas apreendidas na residência dos Name, no bairro Monte Líbano. Questionado sobre o arsenal, alegou que pertencia a Juanil e que ganhou R$ 2 mil para esconder as armas. “Por R$ 2 mil estou aqui agora”, pontuou na sua fala.

Em outro momento, Marcelo negou ter dado qualquer tipo de depoimento aos investigadores da Garras, porém, a força-tarefa da Omertà sustenta o contrário. “Não tem como ter conversa informal. É toda monitorada”, disse o réu na sua defesa.

Ele afirmou saber que a sua esposa Eliane e os filhos, de cinco e sete anos, estavam escondidos na sede da GARRAS no período em que estava detido no mesmo local. Nesse momento, acusou o delegado Fábio Peró de ter afirmado que Jamilzinho disse, em áudio, que iria mandar matar a sua família.

Por isso, os policiais os levariam para ficar sob proteção na delegacia. “Eu emburreci. Eu acreditei fielmente no Peró, eu acreditei, mas nunca foi mostrado para mim esse áudio”, alegou o réu. Marcelo Rios destacou que até hoje tem os sinais das agressões que sofreu durante os “nove dias” em que ficou preso na Garras.

Ele também confirmou que o delegado Peró lhe propôs uma delação premiada para denunciar o esquema liderado pelos Name. “Tudo armação do Peró”, acusou. Ao encerrar seu depoimento, ele fez questão de elogiar a postura do delegado João Paulo Satori, no andamento da investigação.

Sartori integrou a força-tarefa da Omertà e prestou depoimento no 1º dia de julgamento. “Eu nunca vi um profissionalismo semelhante ao do Sartori. Eu acho que se o Sartori fosse o delegado titular não teria acontecido o que aconteceu. Porque eu via, não foi uma, nem duas, foi três situações. Ele balançava a cabeça e falava, eu não concordo com a situação e ia embora”, revelou o réu.

Mulher faz acusação contra réu

Durante o depoimento de Marcelo Rios, Terezinha Brandão, de 63 anos, mãe do guarda municipal Fred Brandão dos Reis, não suportou e se levantou do lugar para acusar o réu pelo homicídio do filho. “Você matou meu filho. Você deu um tiro na boca do meu filho”, disse a mulher, retirada pelos policiais do júri.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou que não a deixassem mais entrar na sala. Do lado de fora, ela continuou gritando no saguão e foi levada para outra sala. Durante o ato, o réu alegou não entender o que aconteceu e desconhecer o nome citado pela mulher. “Eu não tenho nenhum processo”, disse ao juiz enquanto tomava água.

Na sequência, a defesa pediu a anulação de julgamento. “Excelência, por dever do ofício, eu quero registrar em ata o acontecimento do auditório e gostaria de consignar o pedido de nulidade do julgamento pelo fato poder influenciar na imparcialidade e isenção dos jurados”, pontuou o defensor.

Os promotores do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se opuseram por entenderem que o fato em nada prejudicaria, já que existem outros acusados sendo também julgados no processo e que os jurados têm capacidade de fazer julgamento justo. O juiz alertou que as acusações feitas não tinha relação com o processo e o júri é um ato público, não podendo ser feito de portas fechadas.

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