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quinta-feira, 19 de setembro, 2024
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Cercas e pastos queimados: fogo já deixou prejuízo de R$ 1,2 bilhão no agronegócio de MS neste ano

Dados estimados pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indicam que neste ano o prejuízo provocado pelas queimadas no agronegócio foi de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, com destaque para as cadeias da pecuária de corte, sucroenergético (cana-de-açúcar) e a silvicultura.

Ainda conforme a entidade, o cálculo do impacto econômico do fogo no setor leva em consideração a estimativa em relação ao mapeamento de focos de calor e os valores médios de receita bruta de produção por hectare atingido. O levantamento não considera os prejuízos causados na infraestrutura das propriedades.

Os dados apontam ainda que entre os meses de junho a agosto mais de 500 propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, no Pantanal, foram atingidas pelo fogo. Os danos atingiram 12,7% do bioma, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Para conter os estragos, a Famasul criou o “SuperAção Pantanal”, um programa de apoio e recuperação aos produtores rurais que tiveram suas propriedades afetadas pelos incêndios no bioma. O objetivo é minimizar os impactos produtivos e oferecer alternativas que reduzam os prejuízos enfrentados pelos pantaneiros.

Cerca de 20 técnicos de campo estão empenhados em visitar as propriedades atingidas pelo fogo, propondo soluções de recuperação. Os profissionais atuarão pelo período de 60 dias para mapear e diagnosticar a situação das propriedades do estado. O Senar/MS fornecerá recomendações práticas de curto prazo aos produtores.

“Nossa intenção é orientar os produtores em relação a ações e atividades em suas propriedades rurais, a curto, médio e longo prazo, para minimizar o impacto dos incêndios e da produção. Isso reflete na nossa economia pela importância que o Pantanal tem para o desenvolvimento econômico do estado”, afirmou o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni.

Ele reforçou também que, após o relatório, ficou evidente que uma unidade de educação precisa ser construída no Pantanal para garantir que a qualificação profissional chegue aos moradores que, muitas vezes, são impedidos de estudar devido à distância. “Há regiões em que é preciso viajar muitas horas até a cidade e precisamos ter um olhar atento para isso”.

O Senar/MS tem cursos de Formação Profissional Rural e Promoção Social que muito pode contribuir para essas pessoas e para o próprio bioma, como o curso de brigadista e de prevenção e combate ao fogo. “Agora, o próximo passo é buscar um local adequado para essa construção”, concluiu Bertoni.

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