A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a criação de novos cursos de pós-graduação na UFMS. Entre eles, há iniciativas inéditas em Mato Grosso do Sul.
Na 231ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior da Capes, foram aprovados: o Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, que será ofertado na Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng); o Mestrado Acadêmico em Filosofia, na Faculdade de Ciências Humanas (Fach); e o Doutorado Profissional em Estudos Fronteiriços, no Câmpus do Pantanal (CPan).
Na 232ª Reunião, foram aprovados também o Mestrado Profissional em Educação, no Câmpus de Naviraí (CPNV) e o Mestrado Profissional em Ensino de Computação, desenvolvido pela Faculdade de Computação (Facom) em Rede com outras 16 instituições de todo o país.
O diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp), Daniel Henrique Lopes, destaca que os cinco novos cursos reforçam o papel social da UFMS na geração de conhecimento e formação. “É uma grande conquista para a nossa Universidade, Estado e toda a região. E esse resultado demonstra a qualidade do trabalho desenvolvido por todos os profissionais envolvidos nessas propostas. São cinco cursos muito esperados pela comunidade universitária e pela sociedade em geral, que irão realizar os sonhos de docentes, técnicos-administrativos e estudantes dessas áreas”, declara.
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
O diretor da Faeng, Robert Schiaveto de Souza, explica que além de ser pioneiro no Estado, o curso é também um dos poucos da região Centro-Oeste. “É a realização de um sonho antigo da nossa Faculdade. O curso vem ao encontro de umas das metas do Plano de Desenvolvimento da Faeng, que é a verticalização do conhecimento, dando oportunidades aos nossos estudantes de continuarem suas formações na mesma Instituição de ensino, como também aos estudantes de outras instituições”, expõe.
O professor e coordenador da proposta, Julio Botega, expressa a alegria em receber a notícia. “Houve muito trabalho dedicado a essa proposta, sendo a primeira vez que foi submetida e já conseguimos aprovar. Sabíamos que a proposta tinha muita qualidade, mas a confirmação é sempre um momento de celebração. Será o primeiro programa stricto sensu em Arquitetura e Urbanismo no Estado, portanto, é um momento histórico”, lembra.
O objetivo do mestrado é estimular a competência científica e acadêmica na área, promover a formação de docentes e pesquisadores de alto nível e contribuir na solução de questões sociais contemporâneas. Para os estudantes do Programa, será ofertada formação e qualificação para os setores público e privado, permitindo atuar no ensino, pesquisa, gestão, entre outras atividades, nos mais diversos segmentos. “Sua formação será humanista, crítica e profundamente comprometida com o saber e o dever daqueles que atuam com as mais distintas espacialidades projetadas e construídas pelo homem, compreendendo as complexidades, interpretando e intervindo de forma consistente e coerente quanto à solução dos problemas inerentes à área, suas especificidades e naquelas onde dialoga com outros espectros do conhecimento”, relata o coordenador.
A área de concentração será Processos e produção do espaço construído e habitado com duas linhas de pesquisa: Conforto e tecnologia construtiva do ambiente e Fundamentos e práticas da Arquitetura, Urbanismo e Design. O público-alvo são todos os profissionais da área com interesse em ampliar sua qualificação. Segundo o coordenador, dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo mostram que existem atualmente 3,8 mil arquitetos e urbanistas no Estado, com aumento considerável esperado para os próximos anos. “No curto prazo, nossa expectativa é contribuir na qualificação do corpo docente, no envolvimento dos alunos de graduação em pesquisas, qualificar e internacionalizar nossa pesquisa científica e conseguir melhorias de infraestrutura, entre outras. No médio e longo prazo, pretendemos alcançar um bom nível de avaliação junto à Capes, que nos permita propor a abertura do doutorado na área assim que possível”, finaliza.
Mestrado Acadêmico em Filosofia
A diretora da Fach, Vivina Dias, também ressalta a realização de um sonho coletivo. “É o que nós mais sonhávamos e conseguimos concretizar, porque já temos o Mestrado Profissional, direcionado aos professores de Filosofia que atuam em sala de aula, e agora teremos essa formação ampla, que permitirá que pessoas que não estejam no exercício da docência cursem o mestrado. É um ganho muito grande, porque é o único em nosso Estado. As pessoas que forem cursar terão muito a ganhar e também a pesquisa, porque poderemos desenvolver muitos estudos na área da Ciências Humanas, trazendo a Filosofia para o nosso cotidiano”, diz.
“O mestrado tem o objetivo de produzir pesquisa filosófica de alto nível, com um corpo docente que garante as melhores práticas de pesquisa filosófica nacional e internacional. O intuito é tornar mais robustos os resultados do trabalho de ensino, pesquisa e extensão que já vem sendo realizado no curso de graduação em Filosofia, que tem quase 15 anos, bem como na Fach, com quase 10 anos de criação, e devolvê-los à sociedade sul-mato-grossense”, afirma o professor e coordenador da proposta, Weiny César Freitas Pinto.
Segundo o docente, dada a transdisciplinaridade da Filosofia, o mestrado poderá acolher profissionais formados em diversas graduações. A formação será ampla, aberta e voltada para os desafios e potencialidades regionais. “Esperamos entregar para a sociedade profissionais que tenham a habilidade de, a partir do recurso filosófico, poder compreender melhor a realidade regional, os problemas socioculturais e poder evidentemente contribuir para a solução desses problemas, para as instituições tomadoras de decisões”, explica.
A área de concentração será em História da Filosofia, com duas linhas de pesquisa: Epistemologia e filosofia da ciência e Ética e filosofia política. “Com essas duas linhas e área de concentração conseguimos abarcar a maior parte do campo da pesquisa filosófica, tematizando desde problemas relativos à produção do conhecimento científico e de outras formas a todos os fenômenos relativos à ética e à filosofia política. Nossas expectativas são as melhores, estamos muito contentes com esse resultado, conseguimos construir parcerias institucionais importantes na construção da proposta, observar as prioridades e o planejamento de desenvolvimento institucional da UFMS e da Fach. Nossa proposta inclusive nasce em Rede com outros programas e pesquisadores, além de nove professores da Universidade, temos docentes da Universidade Federal do Tocantins, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Paraná, da Universidade de Brasília e da Universidade de Cagliari, da Itália. É um diferencial”, finaliza o coordenador.
Doutorado Profissional em Estudos Fronteiriços
Para o diretor em exercício no CPan, Camilo Henrique Silva, a aprovação do curso é mais uma conquista para a UFMS, para o Câmpus do Pantanal e para a sociedade local. “As expectativas desse novo curso são as melhores. No campo acadêmico, propicia aos estudantes a continuidade dos estudos. Para a comunidade, por ser um programa profissional, é o aprofundamento e o aperfeiçoamento de projetos voltados para o enfrentamento dos desafios atuais e futuros, como a questão migratória, a preservação do Pantanal e o estreitamento dos laços com a Bolívia e demais países da América do Sul e Latina”, comenta.
O professor e coordenador da proposta, Edgar Aparecido da Costa, conta que a expectativa para o curso vem de longa data. “Os egressos do mestrado sempre nos perguntavam quando teríamos o doutorado, então foi uma expectativa compartilhada com os estudantes. E agora compartilhamos uma emoção muito grande com a aprovação, a satisfação pelo trabalho que executamos e pela trajetória do nosso programa. O objetivo do doutorado é que os participantes desenvolvam estudos e pesquisas que consigam produzir elementos para aplicação e transferência de saberes transformadores no ambiente profissional referente às instituições peculiares à fronteira e ao desenvolvimento econômico, social, cultural, histórico e ambiental de regiões fronteiriças”, revela.
Poderão se inscrever profissionais de diversas formações. A área de concentração será Estudos fronteiriços e as linhas de pesquisa serão: Estratégias políticas, mobilidade humana e desenvolvimento territorial em áreas de fronteira e Saúde, educação e trabalho em áreas de fronteira. “Estamos com boas expectativas para o curso, com as parcerias institucionais que estamos buscando tanto no Brasil, quanto no exterior, além do fortalecimento das parcerias que já temos. Nosso programa é o único na América Latina que estuda somente fronteira em todas as suas áreas de concentração e suas linhas de pesquisa. Existem outros programas que estudam fronteira nas suas linhas de pesquisa, mas não na sua totalidade, e esse é o nosso diferencial”, finaliza.
Mestrado Profissional em Educação
Para o diretor do CPNV, Marco Antônio Costa da Silva, a aprovação do curso evidencia o compromisso da UFMS e do Câmpus de Naviraí com o desenvolvimento do território e a valorização da educação pública, de qualidade e gratuita. “Naviraí é um polo educacional, estamos muito orgulhosos com essa aprovação. O curso de Mestrado é o primeiro da cidade e vai abranger uma região importante do cone sul. O curso vai transformar a realidade da formação em nível de mestrado na região, fortalecer o desenvolvimento e formação de professoras, professores, profissionais da educação e de áreas correlatas e, assim, elevar a educação local a um patamar ainda mais alto. A aprovação ocorreu pela elevada qualidade do projeto pedagógico. Houve um grande comprometimento da coordenadora do projeto, professora Larissa Montiel; da equipe de professoras de Pedagogia; do corpo técnico; e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, em especial do professor Daniel Henrique Lopes. Destaco também o apoio de parceiros externos. Estamos extremamente contentes e já existem outros projetos que pensamos para continuar contribuindo para que a cidade e a região cresçam, para que o desenvolvimento possa retornar para a sociedade”, afirma.
A professora e coordenadora da proposta, Larissa Wayhs Trein Montiel, explica que o objetivo do mestrado é atender a uma demanda de formação continuada para profissionais da educação na região, atendendo também à necessidade apontada pela conjuntura nacional de melhoria dos índices da Educação Básica no país. “Pretendemos formar profissionais que atuem na educação e que possam gerar mudanças no cenário local e regional. Os profissionais que cursarem o mestrado poderão refletir sobre suas práticas e o processo de formação e vão melhorar suas ações em sala de aula ou em ambiente educativo”, informa.
A área de concentração será Docência na Educação Básica com duas linhas de pesquisa: Formação docente, fundamentos e práticas pedagógicas e Diversidade e inclusão escolar e social. Na primeira, os estudos devem contemplar os seguintes eixos temáticos: identidade e trabalho docente; memórias e trajetórias de profissionais da educação; tecnologias digitais na educação; arte, corpo e música na educação; políticas, gestão e avaliação educacional e escolar; processos de aprendizagem; métodos e metodologias de ensino; práticas pedagógicas na educação básica. Já na segunda, devem ser contemplados os eixos temáticos: educação básica em interface com as questões de gênero, sexualidade, relações étnico-raciais, vulnerabilidade social, educação especial e inclusão na escola e na sociedade.
“A oferta do Mestrado Profissional em Educação no CPNV é de grande relevância, pois consolida os 15 anos de atuação do Curso de Pedagogia em Naviraí e representa o primeiro mestrado em educação na região do Cone Sul”, ressalta a coordenadora de Pedagogia do Câmpus, Célia Regina de Carvalho.
Mestrado Profissional em Ensino de Computação
Na proposta do Programa de Mestrado Profissional em Educação de Computação em Rede Nacional (Profcomp), coordenada pela Sociedade Brasileira de Computação, estão envolvidas, além da UFMS, as universidades do Estado do Amazonas, Estadual do Norte do Paraná, Universidade de São Paulo, Instituto Federal de Sergipe e as universidades federais da Bahia, de Juiz de Fora, do Maranhão, do Pará, do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, Rural de Pernambuco, do Sul e Sudeste do Pará, de Rondonópolis e de Jataí. A área de concentração do Programa será Computação e as linhas de pesquisa: Pensamento Computacional, Mundo Digital e Cultura Digital.
“A participação da UFMS, como instituição associada, e da Faculdade de Computação no Profcomp, reforça o protagonismo na formação de profissionais qualificados para atender às crescentes demandas educacionais e tecnológicas do país, especialmente no contexto da Política Nacional de Educação Digital e da implementação da Base Nacional Comum Curricular de Computação. Este novo curso ampliará o impacto e a relação da Facom com as escolas da região por meio da qualificação profissional dos educadores para o ensino da computação na Educação Básica”, ressalta o diretor em exercício na Facom, Irineu Sotoma.
Para o professor e coordenador do polo do Profcomp em Campo Grande, Amaury de Castro, o ensino de computação na Educação Básica é um tema estratégico no país. “Este é um programa de formação continuada que tem como objetivo formar docentes da Educação Básica em Computação, qualificando-os não apenas ao uso de tecnologias educacionais, mas ao entendimento de fundamentos da Ciência da Computação e à sua integração em práticas pedagógicas inovadoras. Recebemos a aprovação do curso com muita alegria e motivação. A Facom implantou recentemente o Laboratório de Educação em Computação e a aprovação da proposta vem ao encontro da consolidação da Educação em Computação como área de pesquisa no âmbito da unidade, complementando os trabalhos relacionados que já vêm sendo realizados nos demais programas de pós-graduação da Facom”, expõe.