A deputada Lia Nogueira (PSBD) usou a tribuna para denunciar a reiterada violência que profissionais de Saúde vem sofrendo em Mato Grosso do Sul. Lia relembrou diversos casos, incluindo a morte do clínico-geral Edivandro Gil Braz, de 54 anos, a facadas dentro de um posto de saúde em Douradina, por um homem insatisfeito com o atendimento à sua esposa.
“Nós não temos noção do que vem ocorrendo com esses profissionais. O desmonte da Saúde não é culpa deles. Esperamos que o Estado possa repensar a vida deles. Médicos, enfermeiros e técnicos, que tem como missão salvar vidas, também querem voltar vivos”, afirmou.
Lia mostrou dois depoimentos. Um deles, médico atuante há 7 meses, disse que escolheu o SUS para retribuir os estudos em hospitais públicos. Hoje ele disse sentir medo e ansiedade para trabalhar, devido às ameaças sofridas. O outro foi uma mulher, médica que disse que só naquele dia já havia recebido duas ameaças, em que as pessoas exigem medidas que não são possíveis pelo atendimento básico.
“Eles não são somente profissionais. Temos ali uma mãe. Muitas mães solo, provedoras de seus lares. Devido às falhas que ocorrem no Sistema Público, hoje um discurso de ódio ao SUS, o usuário não sabe de quem é a responsabilidade, onde reclamar a omissão ou falha do atendimento, que isso cabe o poder público investigar e quem enfrenta essa indignação são os profissionais de Saúde. Na pandemia eram considerados heróis. De lá pra cá, espécie de violões”, lamentou.
Portanto, a deputada pediu um plano de emergência para o cuidado aos profissionais e apresentou um Projeto de Lei que institui “Campanha de Combate à Violência contra os Profissionais da Saúde”, a ser realizada na semana do dia 18 de novembro de cada ano, data em alusão à morte do médico em Douradina.
Se aprovada, a Campanha passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul. Agora, a matéria vai para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).