As forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul estão procurando pelo ex-PM, de 52 anos, considerado o braço-direito do já falecido narcotraficante Jorge Rafaat. Segundo consta, o réu, condenado a 12 anos de prisão por tráfico, fugiu do sistema penitenciário estadual ao se aproveitar de um procedimento médico que lhe foi concedido pela Justiça.
Conforme consta, ele cumpria pena no regime semiaberto, no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande, desde o dia 19 de abril do corrente ano. Porém, foi autorizado a ficar 90 dias em casa, com o uso de tornozeleira eletrônica, após passar por um tratamento médico, no dia 09 de setembro.
Nesse período, o bandido rompeu a tornozeleira e fugiu. A fuga foi comunicada ao Poder Judiciário no dia 5 de novembro por meio de ofício encaminhado pela Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual, entretanto, o criminoso teria escapado do monitoramento no dia 1º daquele mês.
“Informamos que foram feitas diversas tentativas de contato com o monitorado pelo número informado a esta UMMVE sem sucesso. Oportuno mencionar também que foi realizada fiscalização pelo Grupamento De Ações E Fiscalização Penitenciária, sendo que o equipamento eletrônico não foi recuperado”, afirma o documento.
O criminoso foi diagnosticado com cervicobraquialgia refratária, um tipo de dor crônica no pescoço que se irradia para o ombro e o braço. Por conta disso, estava sofrendo perda de força no braço esquerdo, necessitando de cirurgia na coluna cervical para evitar progressão do déficit neurológico.
Conforme os documentos, a cirurgia do réu aconteceu no dia 11 de setembro, em um hospital particular de Campo Grande. A defesa pediu 120 dias de prisão domiciliar, mas a justiça só autorizou 90 dias. “Ainda que conste o prazo de 120 dias, reputo suficiente, por ora, a concessão de 90 dias, para fins de fiscalização ao cumprimento da pena”, cita.
Após ter alta hospitalar, o traficante passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e deveria retornar ao regime semiaberto nesta semana, o que não aconteceu. Ele foi preso pela Polícia Federal em 26 de fevereiro de 2019, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), quando tentava embarcar para Rio Branco (AC).
Na ocasião, estava com alta quantia em dinheiro vivo e usava documentos falsos. A prisão aconteceu após a captura de Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, que promoveu banho de sangue na linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã antes de ser capturado em Balneário Camboriú (SC), no dia 5 de fevereiro de 2019.
O ex-PM também já atuou como segurança e braço direito do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, executado em junho de 2016 em Pedro Juan Caballero (PY). Natural do Paraná, foi soldado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, mas desertou em 1994, após executar um sargento da corporação, a mando de traficantes.