A história de Rosemir Venâncio com os cavalos começou cedo, no município de Dourados. “Quando eu tinha cinco anos meu pai fez um arreio para mim e me botou em cima para lidar com o gado”, relembra. Desde então, a paixão pelo trato com os animais só aumentou e ele seguiu buscando conhecimento na área até encontrar um divisor de águas na carreira: o Senar/MS.
Os cursos da instituição voltados à lida com equídeos despertaram ainda mais o interesse dele, além de intensificarem o empenho no aprimoramento dos métodos de doma e treinamento. O conhecimento adquirido com o Senar/MS e a determinação do caubói o levaram ao posto de treinador de cavalos em Ocala, estado da Flórida, nos Estados Unidos, cidade conhecida como capital mundial do cavalo.
“O Senar é o precursor da minha profissão, da minha carreira. Foi com ele que eu desenvolvi minhas técnicas e vi a importância delas, que dava certo trabalhar com técnica. Eu vim de uma família humilde, nunca tive dinheiro para comprar meu cavalo. Então o Senar tem esse papel de buscar no campo quem quer aprender”, destaca Venâncio.
Venâncio guarda com carinho os certificados dos cursos que fez no Senar/MS
No setor hípico do quartel de Bela Vista a profissionalização começou em competições internas. Ao fim da carreira militar, Venâncio fez o primeiro curso do Senar/MS no Sindicato Rural do município e não parou mais. O fascínio cresceu quando teve aulas com instrutor Reginaldo Rodrigues, que se tornou um grande amigo.
“Eu fiquei fascinado com aquilo porque era um curso de doma de burro e em questão de um dia já estávamos galopando com os animais no curral. Falei ‘é isso que eu quero’. Fiz curso com o Reginaldo em Amambai, depois em Caracol e outras cidades. Daí nasceu uma amizade e somos grandes amigos até hoje”, comenta o treinador.
Por onde passava, Venâncio chamava a atenção por conta da habilidade aguçada no trato com os animais. A ocasião o transformou em instrutor particular na área de doma. Ao ser convidado para ministrar um curso no Chaco, o Pantanal paraguaio, foi notado pelo proprietário da fazenda onde as aulas aconteciam e contratado por ele para lidar com os animais da propriedade.
No Paraguai, a fama de Venâncio foi crescendo nos cursos ministrados
Durante os anos de experiência internacional no país vizinho, Venâncio conheceu o estadunidense renomado, especialista em apartação, Kenny Knowlton, essencial para a ida do sul-mato-grossense aos Estados Unidos.
“Conheci o Kenny nas provas que ele fazia julgamento, ficamos amigos e um dia contei para ele que meu sonho era ir para os Estados Unidos, domar por lá. Na época ele me prometeu que veria algo para mim”, conta o caubói.
Os anos passaram até que o telefone de Venâncio tocou. Do outro lado da linha, Kenny Knowlton dava a notícia de que havia conseguido o emprego para o amigo. O treinador de MS correu com a papelada e, mesmo durante a pandemia, viajou para a terra do Tio Sam.
“Foram algumas idas e vindas por conta da imigração. Até que fui contratado pela empresa americana e a própria companhia entrou com o processo do visto de habilidade extraordinária para mim. Até ano que vem, acredito que consigo o green card”, explica Venâncio.
