A Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul (CET/MS) comemorou seus 25 anos de existência com uma conquista histórica: o primeiro transplante de fígado realizado no estado. O procedimento, realizado em julho de 2024 no Hospital Adventista do Pênfigo (HAP), em Campo Grande, representou um marco para a saúde pública local, proporcionando a pacientes que anteriormente precisavam se deslocar para outros estados, a possibilidade de tratamento no próprio Mato Grosso do Sul.
O primeiro transplante de fígado foi realizado em um homem de 60 anos, natural de Ponta Porã, que enfrentava uma grave condição hepática. Após anos de espera e acompanhamento médico, ele recebeu o órgão de um doador compatível e iniciou sua recuperação sem sair do estado. A coordenadora da CET/MS, Claire Miozzo, ressaltou a importância do feito para os sul-mato-grossenses: “Agora, com o HAP habilitado, nossos pacientes podem realizar o transplante de fígado sem a necessidade de se deslocar para outros centros, o que reduz custos e traz maior conforto às famílias”, explicou Claire.
A habilitação do HAP, formalizada em 2023, foi um processo longo que envolveu adequação estrutural e o cumprimento dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A expectativa é que, com a habilitação, sejam realizados pelo menos 69 transplantes de fígado por ano no estado, proporcionando uma importante melhoria no atendimento.
Fundada em 1999, a CET/MS tem sido uma referência na realização de transplantes em Mato Grosso do Sul. Ao longo de seus 25 anos, a instituição acompanhou a realização de 19 transplantes de coração, 4.006 de córneas, 769 de rins, 65 de tecidos musculoesqueléticos e 11 de medula óssea autogênica. Em 2024, a Central também comemorou a realização de 12 transplantes de fígado.
Além dos procedimentos realizados, a CET/MS tem se dedicado a campanhas de conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Por meio de parcerias com hospitais e ações educativas, a Central tem conseguido ampliar a adesão das famílias à doação, o que tem sido fundamental para salvar vidas. No entanto, a negativa familiar à doação ainda é um desafio significativo.
Claire Miozzo reforçou a importância de sensibilizar a população: “Dizer ‘sim’ à doação de órgãos é transformar a dor em esperança. Nosso objetivo é salvar ainda mais vidas”, afirmou. O futuro da CET/MS é promissor, com a meta de ampliar o número de transplantes realizados e continuar a transformar o cenário da saúde no estado, salvando vidas e promovendo histórias de renascimento.