Ney Latorraca, um dos grandes nomes da atuação brasileira, faleceu nesta quinta-feira (26) no Rio de Janeiro, onde estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da cidade. A causa de sua morte não foi divulgada.
Nascido em Santos, São Paulo, em 25 de julho de 1944, Ney Latorraca iniciou sua carreira na TV Globo em 1975, na novela Escalada, de Lauro César Muniz, que contou com estrelas como Tarcísio Meira e Susana Vieira. Ao longo de sua carreira, o ator se destacou em uma variedade de papéis, tanto em novelas quanto em programas humorísticos. Alguns de seus papéis mais notáveis incluem o vampiro Vlad em Vamp (1991), o personagem Barbosa em TV Pirata (1988) e o travesti Anabela em Um sonho a mais (1985), onde interpretou seis personagens distintos.
Latorraca também foi um dos protagonistas de Estúpido cupido (1976-1977), onde deu vida a Mederiquis, fã de Elvis Presley e líder da banda de rock Personélitis Bóis. Na época, enfrentou desafios ao interpretar um jovem de 17 anos aos 33 anos, mas seu talento e carisma fizeram do personagem um grande sucesso.
Além de suas contribuições para a televisão, Ney Latorraca foi um importante nome no teatro e no cinema. Trabalhou na TV Cultura e na TV Record antes de se consolidar na Rede Globo, acumulando um total de 18 novelas, seis minisséries e oito seriados. Em seu currículo, também estão 23 longa-metragens e 13 peças teatrais, incluindo a marcante peça O Mistério da Irma Vap, onde ficou 11 anos em cartaz ao lado de Marco Nanini, sob a direção de Marília Pêra.
“Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver. Sempre fui uma criança diferente das outras: às vezes, eu tinha que dormir cedo porque não havia o que comer em casa. Então, até hoje, para mim, estou no lucro”, comentou Latorraca em depoimento ao Memória Globo.
Ao longo de sua carreira, o ator também se destacou pela versatilidade e a habilidade em interpretar uma ampla gama de personagens, como o travesti Anabela e o líder roqueiro Mederiquis. “Pensei que fosse enlouquecer. Virei o versátil da Globo. Com essa história de versátil é que dancei mesmo. Comecei a fazer de tudo: sapatear, plantar bananeira, subir, descer, fazer árvore, jacaré, vampiro”, relembrou.
Latorraca também é lembrado por sua contribuição ao teatro e pela sua influência na cultura popular. Com um legado que inclui o surgimento de produtos como histórias em quadrinhos, chicletes e figurinhas, Ney Latorraca será lembrado como um ícone do teatro e da televisão brasileira, deixando uma marca indelével em gerações de fãs e profissionais do meio artístico.