O trio havia sido sequestrado durante os ataques de 7 de outubro de 2023 e estava em cativeiro desde então
Um comboio da Cruz Vermelha entrou na Faixa de Gaza neste domingo (19) para resgatar as primeiras três reféns libertadas pelo grupo terrorista Hamas, parte do acordo de cessar-fogo com Israel que começou hoje. As informações são do jornal Times of Israel.
A trégua chega após 15 meses de intensos conflitos. O trio tem cidadania israelense e todas foram sequestradas durante os ataques de 7 de outubro de 2023, quando a guerra teve início.
São elas:
- Romi Gonen, 24 anos: levada enquanto tentava fugir do festival Supernova.
- Emily Damari, 28 anos: cidadã britânica-israelense, sequestrada no Kibutz Kfar Aza, ao sul de Israel.
- Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária, capturada dentro de seu apartamento em Kfar Aza.
No sábado (18), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigiu que o Hamas confirmasse a identidade das reféns a serem libertadas antes de autorizar o início do cessar-fogo.
Detalhes do acordo
Anunciado na última quarta-feira (15), o acordo de cessar-fogo foi oficialmente aprovado pelo governo israelense na sexta-feira (17). Com duração inicial prevista de 42 dias, o tratado estipula a libertação de 33 dos 98 reféns atualmente em poder do Hamas, dividida em três etapas.
Apesar da trégua, Netanyahu enfatizou que o cessar-fogo é apenas temporário. “Se as nossas demandas não forem atendidas, os confrontos serão retomados,” afirmou o líder israelense.
Já a segunda fase deve ocorrer a partir de fevereiro, enquanto a primeira ainda estiver em andamento. A partir dela, o Hamas libertaria os reféns restantes, principalmente soldados, em troca de mais prisioneiros palestinos e da retirada completa de Israel da Faixa de Gaza.
A terceira e última etapa também depende de negociações. Nela, seria discutido um plano de reconstrução de Gaza, que seria executado sob supervisão internacional. Mas ainda não há definição de quem vai governar o território no futuro.
O acordo foi elaborado a partir de uma estrutura definida há meses pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e endossado pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Por que o conflito começou
Na madrugada de 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas bombardearam Israel em um ataque surpresa. Mil e duzentas pessoas foram mortas, e outras 250, sequestradas — no que foi considerado o maior golpe sofrido pelo país em toda a sua história.
O grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, disse que aquela era “uma grande operação para a retomada do território” — disputado entre judeus e árabes.
No mesmo dia, Benjamin Netanyahu disse que o país havia entrado em estado de guerra. Em seguida, Israel iniciou uma invasão a Gaza, com ataques por terra e pelo ar.
Ao menos 46 mil pessoas morreram desde então, sendo mais da metade delas mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza — que é controlado pelo grupo terrorista Hamas e não informa quantos dos mortos eram combatentes.