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sexta-feira, 31 de janeiro, 2025
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No sábado, projeto Olubayo leva cinema a comunidades quilombolas no Estado

O projeto Olubayo – Cinema nas Comunidades Quilombolas inicia suas atividades neste sábado (1º), com a primeira sessão de cinema ao ar livre na Associação Comunidade Negra Rural Quilombola Águas do Miranda, em Bonito, a partir das 19h. Idealizado pelo grupo TEZ (Trabalho Estudos Zumbi), a iniciativa leva a magia do cinema para comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul, promovendo momentos de cultura, reflexão e reconexão com a ancestralidade.

A ação foi aprovada no edital da Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura (MinC), com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), e tem como objetivo democratizar o acesso ao cinema, além de valorizar as produções audiovisuais que abordam questões centrais para as populações negras.

“Quando o cinema chega até os quilombos, ele não só diverte, mas reafirma uma história de luta e ancestralidade. A comunidade se vê, se reconhece e se fortalece por meio dessas narrativas, que mostram que a população negra tem uma voz potente e urgente dentro do audiovisual brasileiro”, afirma Bartolina Ramalho Catanante, a professora Bartô, uma das idealizadoras do projeto.

Comemorando 40 anos de atuação, o grupo TEZ busca promover a exibição de filmes de cineastas negros que abordam temas como resistência, identidade e a valorização da cultura afro-brasileira. Após cada exibição, debates serão realizados com os moradores, criando um espaço para a troca de experiências e reflexão sobre os temas abordados.

O projeto traz como destaque o filme Águas, dirigido por Raylson Chaves, que integra a programação de exibições. Chaves celebra a oportunidade de levar seu trabalho para as comunidades quilombolas, destacando a importância de se contar as próprias histórias. “Levar meu filme às comunidades quilombolas do Mato Grosso do Sul é reafirmar que nosso cotidiano importa muito e está cheio de histórias. Possibilitar que as pessoas vejam a Dona Janice romper com a ideia de que mulheres negras precisam se dedicar ao trabalho incansavelmente é potente e transgressor”, afirma o diretor.

Além de Águas, serão exibidos outros curtas-metragens produzidos por cineastas negros, como Fábula da Vó Ita (Joyce Prado), Bonita (Mariana França), Luzes Debaixo (Tero Queiroz) e Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha (Daphyne Schiffer). Essas obras reforçam a pluralidade e a representatividade do cinema afro-brasileiro, com narrativas que abordam temas de resistência, identidade e questões sociais importantes para a população negra.

O projeto Olubayo também celebra os 40 anos de fundação do grupo TEZ, que em 2025 completará quatro décadas de atuação na luta por igualdade racial e na promoção da cultura afro-brasileira em Mato Grosso do Sul. Fundado em 1985, o TEZ foi a primeira entidade do movimento negro no estado e tem desempenhado um papel fundamental na luta contra as desigualdades sociais e na implementação de políticas públicas de ações afirmativas.

Para mais informações sobre as próximas sessões do projeto Olubayo, é possível acompanhar o perfil oficial no Instagram (@olubayo_cinemanegro).

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