O músico de 35 anos, preso em flagrante na tarde de ontem (12) pela morte da própria esposa, de 42, em Campo Grande, acumulava uma longa ficha criminal relacionada ao crime de violência doméstica, além de roubo, ameaça e difamação.
Constam seis medidas protetivas concedidas pela Justiça no seu desfavor, todas solicitadas por ex-companheiras; a última dessas foi da própria vítima, registrado horas antes do feminicídio. Na ficha do autor, há relatos de agressão, violência psicológica, perseguição e intimidação. Ele também é usuário de drogas. Esse foi o primeiro caso de feminicídio de 2025 em Campo Grande e o segundo no estado.
Ameaçou matar mãe e a irmã
Entre os processos pelo quais é réu, consta um praticado contra a sua própria mãe. Em 2021, ela foi até a Delegacia Especializada no Atendimento À Mulher (DEAM) e registrou o boletim de ocorrência após ter sido agredida por ele, que tinha consumido drogas momentos antes e apresentava comportamento agressivo.
Na versão da mulher, o filho teve uma discussão e tomou o seu celular e uma faca, ameaçando se matar, porém, declarou que antes mataria a própria mãe e a irmã. As duas conseguiram fugir da casa e, com ajuda de familiares, acionaram a Polícia Militar. Mãe e filha pediram medidas protetivas contra o rapaz.
O feminicídio
Segundo o registro, a vítima, que trabalhava como jornalista em um órgão público estadual de Mato Grosso do Sul, tinha ido pela manhã na Casa da Mulher Brasileira registrar o caso de agressão ocorrido na noite anterior e pediu a medida protetiva. Ao retornar para sua casa, no bairro São Francisco, encontrou o autor e tiveram uma discussão.
O companheiro passou a agredi-la com tapas e aplicou três golpes de faca próximo ao coração. Vizinhos escutaram os gritos e foram tentar ajudar, mas o sujeito ameaçou investir e então chamaram a Polícia Militar. Depois, outras pessoas conseguiram arrombar o portão da casa e deter o autor, que acabou preso em flagrante.
A jornalista foi socorrida pelo SAMU e o Corpo de Bombeiros, sendo encaminhada para a Santa Casa, onde passou por uma cirurgia no coração e não resistiu, falecendo em seguida. Amigos disseram que a profissional iria se mudar da casa. O casal estava morando junto há cerca de três anos, mas vizinhos detalharam histórico de brigas e gritarias.