Na manhã deste domingo (16), amigos e atletas se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande para protestar contra o estudante de medicina de 22 anos, responsável pelo atropelamento fatal de Danielle Correa de Oliveira, conhecida como “Danny”, ocorrido no sábado (15) na MS-010. O motorista, embriagado, conduzia seu veículo em zig-zag quando atingiu Danielle e uma amiga, que também foi ferida, mas com lesões leves.
Com cartazes em mãos e gritos de justiça, os manifestantes lamentaram a perda e expressaram sua indignação com o ato, enfatizando a importância de responsabilizar criminalmente quem comete crimes de trânsito, especialmente quando há embriaguez ao volante. “A lei branca não corrige o crime”, disseram alguns, referindo-se ao receio de punições brandas em situações como a que vitimou Danny.
Emocionada, Andreia Moringo, Diretora de Educação para o Trânsito do Detran, se uniu ao protesto e destacou a gravidade dos atos envolvendo álcool e direção. “O crime de trânsito foi cometido, não é um acidente. Quando alguém ingere álcool e coloca um veículo em via pública, assume o risco de morrer ou matar outra pessoa. É muito triste, nós participamos de muitas corridas, estávamos treinando com seu grupo, e Danny não tinha o direito de perder a vida dessa forma”, afirmou.
Ederson Santana Rodrigues, de 40 anos e líder de um grupo de corrida, falou sobre o objetivo da manifestação em frente ao Fórum. “O objetivo é chamar a atenção da sociedade para que todos saibam o que está acontecendo. Não podemos aceitar esse tipo de crime para o resto da vida, certo? Até onde isso vai? Qual é a razão? Alcoolismo, bebida, direção irresponsável, falta de responsabilidade, né?”, desabafou o atleta.
“Todos queremos que a pessoa que cometeu esse crime seja presa e que pague por suas ações. Não queremos que ele seja libertado, que o dinheiro influencie. O dinheiro não pode comprar a vida de ninguém, né? Ele jamais será capaz de trazer de volta alguém que se foi, então queremos que a justiça seja feita”, finalizou.
Danny, de 41 anos, estava se preparando para sua primeira maratona, marcada para os próximos meses em Porto Alegre. Mãe de três meninas, ela havia iniciado a corrida em 2018 como uma forma de superar a dor da perda de sua filha, que faleceu de câncer. No momento do acidente, socorristas de seu grupo tentaram reanimá-la, mas sem sucesso.
O motorista, um estudante de medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP), em Mineiros, Goiás, estava dirigindo um Fiat Pulse e foi identificado como o responsável pelo atropelamento. Segundo o boletim de ocorrência, ele estava embriagado e, antes de atingir as vítimas, conduzia o veículo em zig-zag. Após o acidente, ele parou a alguns metros do local e foi detido por corredores que presenciaram o ocorrido.
Quando a polícia chegou, o jovem recusou o teste do bafômetro, mas apresentava claros sinais de embriaguez. No carro, foram encontradas latas e uma garrafa de cerveja, além de uma pulseira de uma casa noturna na Avenida Afonso Pena. Ele foi preso em flagrante.
Na delegacia, o estudante confessou que havia consumido álcool, mas afirmou não se lembrar do acidente ou de como chegou à rodovia. Ele alegou que tinha saído de uma casa noturna com a intenção de voltar para casa, mas “acordou” a 10 quilômetros de distância, já na MS-010. Os celulares do estudante foram apreendidos, assim como as chaves do carro e a pulseira da casa noturna, como evidências para o caso.
O motorista responderá por homicídio culposo na direção de veículo automotor sob influência de álcool, além de lesão corporal. O delegado Lucas Soares de Caires afirmou que as lesões nas vítimas indicam que o motorista não estava em alta velocidade. No entanto, a comunidade de corredores segue mobilizada, exigindo justiça pela morte de Danny Oliveira e buscando conscientizar sobre os riscos do álcool e da direção.