04/03/2015 15h30
Adolescente diz ter sofrido abuso em ônibus no Rio e pede socorro ao pai pelo WhatsApp; suspeito é detido
Extra
Uma estudante de 16 anos afirma ter sofrido abuso sexual dentro de um ônibus na Zona Sul do Rio, na manhã desta terça-feira (3). Ela disse que cochilou e despertou ao sentir que um estranho havia colocado a mão embaixo de sua saia. A jovem mandou uma mensagem pelo WhatsApp para o pai, um taxista: “Chama a polícia. Um cara tentou abusar de mim”. Logo depois, completou: “Estou com medo. Muito, muito”. Durante a conversa, a garota relatava para o pai os lugares por onde o ônibus passava, entre o Jardim Botânico e a Lagoa.
– Eu estava perto, na Lagoa, onde pegaria uma passageira. Mudei de direção e segui para o trajeto que o ônibus fazia. Durante todo o tempo conversando com ela. Foram momentos de puro desespero – contou o pai.
Segundo ele, a menina o avisou quando o ônibus parou num ponto perto do Hospital da Lagoa. Ele, então, abandonou o carro e seguiu a pé para a unidade de saúde, onde pediu ajuda a um segurança. No caminho, encontraram uma equipe do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur). Ao chegarem ao ônibus, o pai conseguiu retirar a garota e o suspeito foi detido.
- Ela chorava muito. Estava nervosa demais. Mas graças a Deus conseguimos evitar o pior – disse o taxista.
De acordo com ele, a filha pega o mesmo ônibus, da linha 309 (Central-Alvorada), diariamente, para ir à escola: -
Ela vai para a escola, na Lagoa. Nunca tinha passado por uma situação dessas.
‘Você está maluco?’, questionou a vítima
Na 14ª DP (Leblon), ainda muito abalada, a adolescente contou que chegou a questionar o suspeito ao acordar e perceber o que ele fazia. -
Perguntei: “Você está maluco?”. Ele não esboçou reação. O ônibus estava muito cheio e sei que algumas pessoas escutaram, mas ninguém fez nada. Eu não conseguia sair porque estava presa entre ele e a janela. Foi aí que tive a ideia de mandar as mensagens para o meu pai – disse ela.
A jovem contou ainda que recebe cantadas frequentes na rua quando está com a saia do uniforme e, por isso, pensa em passar a usar apenas calça comprida: -
Essa saia curta chama muito a atenção. Vou alertar minhas amigas também.
O suspeito também foi encaminhado para a 14ª DP. O pedreiro, de 55 anos, foi autuado por estupro de vulnerável, cuja pena varia entre 8 e 15 anos. De acordo com a delegada Monique Vidal, a princípio, ele negou o abuso, alegando que sua mão havia caído sobre a vítima quando ele dormiu. Mas depois acabou confessando o crime. As imagens das câmeras do ônibus serão solicitadas. O suspeito do crime é casado e tem uma filha de 22 anos. Ele não tem antecedentes criminais.