O Ministério das Mulheres encaminhou ao Colegiado Gestor um relatório com propostas para aprimorar o fluxo de atendimento a mulheres em situação de violência na Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande. O documento foi elaborado após uma visita técnica e reunião realizadas no último domingo (16) na unidade, motivadas pelo feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada pelo ex-noivo no dia 12 de fevereiro. O crime teve ampla repercussão no estado.
A comitiva do Ministério das Mulheres esteve na capital sul-mato-grossense para avaliar as condições da unidade e propor medidas de prevenção e proteção para evitar novos casos de violência extrema contra mulheres. Durante a visita, foram analisadas as instalações, observados os fluxos de atendimento e coletadas informações com os profissionais da unidade.
Recomendações do relatório
Entre as recomendações apresentadas no relatório está a consulta obrigatória ao Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar) e a implementação do uso do Sistema IRIS/UNA por todos os serviços da Casa da Mulher Brasileira. O Sistema UNA, desenvolvido pelo Ministério das Mulheres em parceria com a Dataprev, permite a organização e integração dos dados dos atendimentos realizados nas unidades do país.
Outras sugestões incluem a criação de um programa de formação permanente com perspectiva de gênero e atendimento humanizado em todos os setores, além da implementação de grupos de trabalho para analisar casos de risco e ajustar os fluxos de atendimento. Esses grupos também serão responsáveis por elaborar planos de proteção para as mulheres em situação de vulnerabilidade.
O relatório propõe ainda medidas específicas para cada órgão envolvido no atendimento às vítimas de violência, como a gravação de depoimentos na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) para reduzir a revitimização e garantir o registro adequado das informações.
Gestão compartilhada e participação do Ministério
No que diz respeito à gestão da unidade, o documento sugere uma coordenação compartilhada entre o governo do estado e o município, com decisões alinhadas ao Programa Mulher Viver sem Violência. Além disso, propõe a participação de uma representante do Ministério das Mulheres nas reuniões trimestrais do Colegiado Gestor, fortalecendo o acompanhamento e a implementação das ações sugeridas.
As recomendações do Ministério das Mulheres buscam aprimorar o atendimento prestado na Casa da Mulher Brasileira e reforçar a rede de proteção às mulheres em situação de violência, garantindo respostas mais rápidas e eficazes para casos de risco.
