24.8 C
Campo Grande
sábado, 22 de fevereiro, 2025
spot_img

Olubayo em Nioaque: exibição acontece na Associação Quilombola Família Cardoso

O projeto “Olubayo – Cinema nas Comunidades Quilombolas” segue sua circulação pelo Mato Grosso do Sul e, neste sábado (22), será a vez da cidade de Nioaque receber a exibição de filmes na Associação Quilombola Família Cardoso. O evento ocorre a partir das 19h, na Rua Nestor Cardoso, bairro Baia.

Com a proposta de levar a magia do cinema para os territórios quilombolas, o projeto busca promover reflexões sobre identidade, resistência e ancestralidade por meio de obras dirigidas por cineastas negros. As sessões incluem a exibição de cinco filmes: Fábula da Vó Ita, de Joyce Prado; Bonita, de Mariana França; Luzes Debaixo, de Tero Queiroz; Águas, de Raylson Chaves; e Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha, de Daphyne Schiffer.

A professora Bartô, idealizadora do projeto, destaca a importância de levar o cinema até essas comunidades. “O cinema dentro das comunidades quilombolas é um resgate. É um olhar sobre si, sobre nossa trajetória e nossa força. Cada filme exibido fortalece a autoimagem da população negra, trazendo para a tela histórias que dialogam diretamente com a nossa ancestralidade”, afirma.

Olhares negros sobre suas próprias histórias

Na sessão anterior do projeto, realizada em Furnas do Dionísio, a estudante campo-grandense Cristiane Oliveira compartilhou sua experiência ao assistir aos filmes e destacou a importância de narrativas contadas por pessoas negras. “Eu gostei muito, principalmente porque foram olhares negros sobre as histórias, falando sobre autoestima, vivências das mulheres, identidade e comunidade. Mesmo passando pela dor, pelo racismo, pela falta de oportunidade, elas se encontraram e se fortaleceram. Eu não sou quilombola, sou da periferia de Campo Grande, e por acaso estava aqui hoje. É muito bonito ver esse foco de alegria vindo para a comunidade negra, nós negros falando para pessoas negras. Forte, bonito demais”, compartilhou Cristiane.

A seleção de filmes do projeto Olubayo evidencia a potência do cinema negro e sua capacidade de construir novas perspectivas sobre a realidade. Para Mariana França, diretora de Bonita, a circulação dessas produções em quilombos é essencial. “As mulheres negras carregam histórias de resiliência e beleza. Ver nossas narrativas ganharem espaço dentro dos territórios quilombolas é fortalecer a autoestima coletiva”, pontua.

A trajetória do Olubayo segue pelo estado

O projeto Olubayo continua suas sessões em diferentes quilombos do Mato Grosso do Sul, levando histórias que refletem sobre identidade e pertencimento. A iniciativa tem investimento da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, por meio de edital da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), do Governo do Estado.

Fale com a Redação