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quarta-feira, 12 de março, 2025
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Brasil se prepara para nova onda de calor neste fim de semana, diz Inmet

Ondas de calor causaram prejuízo de ao menos R$ 170 milhões em 10 anos no país

O Brasil deve enfrentar uma nova onda de calor neste fim de semana, com maior intensidade na região Sul do país, de acordo com previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Caso a previsão se confirme, será a terceira onda de calor registrada no ano.

Nos últimos dez anos, esse fenômeno climático tem causado impactos significativos, com prejuízos estimados em R$ 170 milhões para setores públicos e privados, segundo dados do Atlas Digital, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Regional. O levantamento considera o período entre 2014 e 2023.

Regiões afetadas

Além do centro-oeste do Rio Grande do Sul, a onda de calor pode influenciar as temperaturas no oeste e sul de São Paulo e no sudoeste de Mato Grosso do Sul. Este ano, a primeira onda de calor ocorreu entre os dias 17 e 23 de janeiro, enquanto a segunda aconteceu entre 2 e 12 de fevereiro, ambas no território gaúcho.

Apesar das altas temperaturas registradas recentemente em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Inmet informou que não houve confirmação do fenômeno nessas áreas, pois o calor foi pontual e não abrangente, critério essencial para a caracterização de uma onda de calor.

Definição e impactos

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) define uma onda de calor como um período em que as temperaturas máximas diárias superam em 5°C ou mais a média mensal por pelo menos cinco dias consecutivos, cobrindo uma área extensa.

No Brasil, o setor privado foi o mais afetado pelos prejuízos, totalizando R$ 169 milhões em perdas, especialmente no agronegócio. Já o setor público registrou prejuízos de R$ 149 mil. Além disso, estima-se que ao menos 13,4 mil pessoas tenham sido impactadas pelo fenômeno no período, o que equivale a uma média de 1,3 mil por ano.

Outro estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz e Universidade de Lisboa, revela que entre 2000 e 2018, as ondas de calor causaram pelo menos 48 mil mortes no Brasil, número que supera em mais de 20 vezes as fatalidades por deslizamentos de terra no mesmo período.

Aumento das ondas de calor

Desde 2023, o Brasil já registrou 20 ondas de calor, com temperaturas que chegaram a 44,8°C. Nos últimos dois anos, foram nove episódios anuais do fenômeno. Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que a frequência das ondas de calor aumentou progressivamente ao longo dos últimos 60 anos.

Entre 1961 e 1990, os eventos de calor extremo não ultrapassavam sete dias. Esse número subiu para 20 dias no período de 1991 a 2000, 40 dias entre 2001 e 2010 e 52 dias de 2011 a 2020. A temperatura média do país também apresentou aumento nos últimos anos:

  • 2020: 24,4°C
  • 2021: 24,3°C
  • 2022: 24,1°C
  • 2023: 24,9°C
  • 2024: 25°C

Cuidados durante a onda de calor

Diante do aumento das temperaturas, especialistas recomendam medidas para minimizar os impactos do calor extremo:

  • Beba bastante líquido;
  • Evite atividades físicas durante os períodos mais quentes e secos do dia;
  • Evite exposição ao sol nas horas de maior calor;
  • Use hidratantes para a pele e umidifique o ambiente;
  • Evite bebidas diuréticas, como café e álcool;
  • Em caso de necessidade, acione a Defesa Civil (telefone 199) ou o Corpo de Bombeiros (telefone 193).

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