O ex-coordenador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, foi preso na manhã desta segunda-feira (10), e pela segunda vez, em cerca de 16 meses. Hoje, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Occulto. Ele teria sido preso por obstrução as apurações dos casos que está envolvido, bem como poderia fugir do País.
O Gaeco informou que Muleta tentou obstruir as investigações ao tentar se desfazer de R$ 500 mil para evitar bloqueio. Além disso, o Gaeco afirma que o ex-coordenador pediu cidadania italiana para deixar o País.
A defesa do ex-coordenador, feita pela advogada Rejane Alves de Arruda, informou a imprensa que irá se manifestar após obter o acesso aos autos, o que ainda não ocorreu. Paulo Henrique está sob custódia do Gaeco, antes de seguir para o presídio.
A prisão ocorre em meio às investigações, iniciadas em 2021, que apura desvios de R$ 8.066.745,25 na entidade. Os valores eram repassados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) para tratamento de pacientes ostomizados. O Gaeco revelou que o então coordenador, juntamente com empresários e agentes públicos, se utilizavam de empresas de fachada para simular vendas para a rede pública de saúde.
Prisões
A primeira prisão ocorreu em novembro de 2023, durante deflagração da Operação Turn Off, que revelou esquema de desvios de contratos que superam os R$ 68 milhões.
Por então procedimento, foram denunciados os empresários Lucas Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Junior, o ex-secretário de educação, Edio Antônio Resende de Castro, além dos então servidores, Thiago Haruo Mishima e Simone de Oliveira Ramires Castro.
Já referente a prisão desta segunda-feira, foi pela tentativa de obstruir as investigações e por possível fuga, por meio do pedido a cidadania italiana para deixar o país.

‘Oscurità’: Ex-coordenador já foi alvo de operações
A Apae realizava as compras com dinheiro público, mas o ex-coordenador Paulo Henrique Muleta direcionava os valores para empresas fictícias criadas por ele mesmo. No entanto, as empresas estavam em nome de laranjas.
Foi assim que o ex-coordenador desviou um total apurado de R$ 8.066.745,25, conforme o MPMS. Também conforme divulgado, a Apae colaborou com as investigações, a partir do setor de Compliance.
Após Muleta ser afastado, no âmbito da Operação Turn Off, a instituição registrou redução nos custos das compras de produtos, antes feitas pelo ex-coordenador