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sexta-feira, 14 de março, 2025
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Aliados de Bolsonaro preveem prisão em 2025 e cogitam giro internacional

O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalha com a expectativa de que seu julgamento seja concluído até setembro, o que poderia resultar em sua prisão já no início de 2025. Diante desse cenário, aliados discutem a possibilidade de uma ofensiva internacional para denunciar o que consideram um julgamento excepcional, semelhante à estratégia adotada pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em casos passados.

Nos bastidores, a condução do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido descrita por interlocutores de Bolsonaro como um “massacre”. A avaliação é de que o processo está sendo acelerado de forma incomum, sem que a Corte busque discreção.

Entre os pontos citados como indícios de um possível atropelo do rito processual, aliados do ex-presidente destacam:

  • A denúncia foi apresentada à noite de uma quarta-feira e Bolsonaro foi citado no início da tarde do dia seguinte;
  • O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, liberou o processo para julgamento no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) devolveu os autos;
  • O ministro Cristiano Zanin agendou o julgamento da denúncia no mesmo dia em que recebeu os autos do processo;
  • A PGR recebeu o processo imediatamente após a apresentação das últimas defesas.

Para aliados de Bolsonaro, a velocidade da tramitação contrasta com outros casos semelhantes. Como exemplo, citam o processo do mensalão, que levou sete anos entre a denúncia da PGR, em 2007, e a conclusão do julgamento, em 2014. Já Bolsonaro foi denunciado em fevereiro deste ano, e a expectativa é que sua condenação ocorra em cerca de oito meses.

Giro internacional e riscos de instabilidade

Diante desse quadro, o ex-presidente e seu grupo político avaliam a possibilidade de levar o caso a instâncias internacionais, a exemplo do que fez Cristiano Zanin, então advogado de Lula. Em 2016, Zanin denunciou ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, supostas irregularidades no julgamento do petista. Em 2022, o comitê reconheceu que houve falhas no processo conduzido pelo então juiz Sergio Moro e pela força-tarefa da Lava Jato.

Além da ofensiva diplomática, fontes próximas a Bolsonaro alertam que a celeridade do julgamento pode levar a um cenário de convulsão social. Para esses interlocutores, o STF estaria ignorando o risco de um impacto político significativo, considerando que o governo Lula enfrenta queda de popularidade e que pesquisas indicam Bolsonaro como um forte concorrente para a eleição de 2026.

Outro fator levado em conta pelo entorno do ex-presidente é a possibilidade de uma anistia ampla, abrangendo tanto os investigados pelos atos de 8 de janeiro quanto o próprio Bolsonaro. Segundo aliados, haveria votos suficientes no Congresso para aprovar essa medida, e a Corte estaria desconsiderando um possível clamor popular em favor do ex-presidente.

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