Se a sua conta de energia já pesou no bolso no mês passado, prepare-se: a partir desta terça-feira (8), entra em vigor o novo Reajuste Tarifário Anual (RTA) da Energisa Mato Grosso do Sul (Energisa MS). O aumento vai impactar todos os consumidores atendidos pela concessionária nos 74 municípios do estado.
O reajuste será de 0,69% para consumidores de baixa tensão, como residências e pequenos comércios, e de 3,09% para os consumidores de média tensão, como indústrias e grandes empresas. No geral, o aumento médio da tarifa será de 1,33%.
Apesar da inflação acumulada de 8,46%, divulgada pelo Banco Central, o impacto nas contas foi suavizado por uma série de compensações tarifárias e ajustes regulatórios, segundo a concessionária e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O que ajudou a segurar o aumento?
Mesmo com a alta nos custos operacionais do setor, alguns fatores contribuíram para manter o reajuste abaixo da inflação:
- Devolução do PIS/Cofins (-1,91%): Por decisão do STF, a Aneel determinou a devolução de valores cobrados indevidamente por mais de 20 anos. Só em MS, foram devolvidos R$ 151,74 milhões, reduzindo a tarifa.
- Quitação da Conta-COVID (-1,68%): Criada durante a pandemia, essa conta foi encerrada em setembro de 2024, o que também ajudou a aliviar os custos.
- Redução nos custos de transmissão (-1,24%): A queda nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição influenciou diretamente no valor final da tarifa.
- Encerramento da Conta Escassez Hídrica (-1,71%): Criada em 2021 para custear a geração emergencial durante a crise hídrica, a conta foi quitada no ano passado.
- Outros fatores menores também contribuíram, como redução no custo da rede básica (-0,30%), transporte de energia de Itaipu (-0,24%), encargos setoriais (-0,84%), entre outros.
Reajuste anual e ciclo tarifário
A Energisa MS reforça que o reajuste tarifário anual é uma prática regulatória prevista pela Aneel, com o objetivo de recompor os custos das distribuidoras. Já as revisões tarifárias periódicas, que acontecem a cada quatro anos e incluem investimentos em expansão e infraestrutura, não foram aplicadas neste ciclo de 2025.
Assim, mesmo com o aumento, o índice médio ficou abaixo do esperado, graças à combinação de fatores que compensaram os impactos da inflação no setor elétrico.