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quarta-feira, 16 de abril, 2025
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Pais de bebê morto na Capital são presos por negligência e polícia apura maus-tratos

A DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) continua investigando a morte da bebê de 10 meses ocorrida nesta segunda-feira (14), em Campo Grande. Na atualização, os pais da vítima, sendo um homem de 38 anos e a esposa de 23, foram presos em flagrante por homicídio culposo em função de negligência, enquanto outros dois filhos do casal, de três e sete anos, foram recolhidos pelo Conselho Tutelar e direcionados para um abrigo.

A Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) detalhou que a bebê foi atendida na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro Portal Caiobá na última sexta-feira (11), por volta das 13 horas, de onde foi transferida para a UPA do bairro Universitário por conta do quadro clínico, sem risco iminente de morte. O médico responsável pela consulta acusou para bronquiolite, sendo que recebeu a medicação e passou por exame de raio-x.

Já por volta das 18 horas, houve uma nova consulta com o pediatra, que decidiu por dar continuidade ao tratamento na UPA. Mais tarde, às 20 horas, a família abandonou o estabelecimento médico sem ter recebido a alta. Na madrugada desta segunda-feira, a bebê voltou a apresentar dificuldades de respiração e, às 05 horas, foi levada até o quartel do Corpo de Bombeiros pela mãe, usando um motociclista contratado por aplicativo.

Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, os militares que estavam de plantão receberam a bebê e fizeram os primeiros-socorros, sendo necessário acionar o SAMU pelo suporte avançado da ambulância. As equipes reanimaram a vítima com massagens, porém, após uma hora de tentativas, o óbito foi constatado ainda no quartel. Nesse meio tempo, os militares notaram hematomas no corpo da menina e acionaram a polícia.

Diante da suspeita de maus-tratos, a Polícia Militar deteve a mulher e a levou para depoimento na DEPCA, enquanto o bebê, já sem vida, foi encaminhado à UPA Universitário para realização de perícia e laudo, que constatou como causa da morte insuficiência respiratória decorrente de broncopneumonia. A Polícia Civil assumiu a investigação e foi até a casa da família, onde prenderam o pai e recolheram as duas crianças.

Em coletiva de imprensa, o delegado responsável pelo caso, Roberto Morgado, detalhou que a perícia identificou hematomas em partes do corpo, mas adiantou que não são a causa da morte. Chamou a atenção das autoridades a situação de precariedade em que a família vivia, com a casa no bairro Jardim Tijuca suja, com roupas amontoadas e comida estrada. Os vizinhos disseram que eles residem no local há cerca de três meses.

A polícia também contou que, em 2020, a mãe da bebê morta foi denunciada por viver em uma situação insalubre com o filho mais velho. O caso foi acompanhado pelo Conselho Tutelar, mas nunca encontraram a família até constatarem que tinham mudado de endereço. Presos, os pais da bebê agora aguardam pela audiência de custódia para saber se serão transferidos ao presídio ao solto.

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