22.8 C
Campo Grande
sábado, 19 de abril, 2025
spot_img

Mato Grosso do Sul é líder nacional em acessibilidade urbana, revela Censo 2022

Censo retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

Mato Grosso do Sul se destaca como o líder nacional em acessibilidade urbana, com 41,1% de seus moradores residindo em vias equipadas com rampas para cadeirantes. Esse índice coloca o estado à frente de outras unidades da federação, como Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%), de acordo com os dados do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgados hoje (17) pelo IBGE.

A pesquisa revelou um panorama nacional preocupante, com 68,8% da população brasileira vivendo em áreas sem rampas para cadeirantes. Isso representa 119,9 milhões de pessoas em vias urbanas sem essa infraestrutura básica, embora o número tenha melhorado significativamente desde 2010, quando 95,2% da população (146,3 milhões de pessoas) estava na mesma situação.

Os dados do Censo 2022 mostram que, apesar do avanço, ainda existem grandes disparidades entre os estados. Enquanto Mato Grosso do Sul lidera em acessibilidade, com 41,1%, outros estados como Amazonas, Pernambuco e Maranhão apresentam índices alarmantemente baixos, com menos de 7% da população residente em vias com rampas para cadeirantes.

UFRampa para cadeiranteVia sinalizada para bicicletaCalçada / PasseioObstáculo na calçada – Não existe
Mato Grosso do Sul41,11,184,123,4
Paraná37,31,988,126,8
Distrito Federal30,44,192,920,9
Mato Grosso22,41,482,727,4
Rio Grande do Sul20,21,58228,7
Santa Catarina19,95,278,126,3
Sergipe17,42,390,312
Goiás16,90,992,621,1
Espírito Santo16,62,57916,7
Roraima15,51,360,319,5
Brasil15,21,98418,8
Amapá14,83,157,111,1
São Paulo14,82,291,625,5
Minas Gerais14,20,990,315,3
Rio Grande do Norte14,10,986,710,8
Tocantins13,30,684,711,8
Rondônia12,7168,811,9
Alagoas12,00,985,611,7
Rio de Janeiro12,02,579,419,2
Acre10,22,9725,6
Paraíba9,21,585,310
Bahia8,91,374,412,9
Piauí8,41,583,14,9
Ceará7,13,28510,8
Pará7,02,164,88,8
Maranhão6,40,577,14,6
Pernambuco6,21,871,28,5
Amazonas5,60,573,87,5
Fonte: IBGE – Censo Demográfico

Maringá: Referência em Acessibilidade Urbana

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Maringá (PR) se destaca com impressionantes 77,3% de seus moradores vivendo em vias com rampas para cadeirantes. Em contraste, cidades como Itapevi (SP) enfrentam grandes desafios, com apenas 1,3% da população tendo acesso a essa infraestrutura. Essas diferenças refletem as disparidades regionais em termos de investimentos em acessibilidade e infraestrutura urbana no Brasil.

Avanços e Desafios em Infraestrutura Urbana

Além das rampas, o levantamento revelou outros aspectos importantes sobre as condições das vias urbanas. A presença de calçadas sem obstáculos, um critério essencial para a mobilidade, foi identificada para 32,8 milhões de pessoas (18,8% da população). No entanto, a acessibilidade não é uniforme, com estados como Rio Grande do Sul e São Paulo apresentando os melhores índices, enquanto Maranhão e Piauí enfrentam desafios significativos.

A infraestrutura de drenagem também é um ponto de destaque, com 53,7% da população vivendo em vias com bueiros ou bocas de lobo, embora isso ainda seja insuficiente para garantir a eficiência no manejo das águas pluviais em diversas regiões. A iluminação pública está presente em 97,5% das vias, um reflexo da crescente importância da segurança urbana e da melhoria na qualidade de vida nas cidades.

A Importância da Arborização Urbana

Outro dado relevante é a arborização urbana. Em Mato Grosso do Sul, a capital Campo Grande lidera entre as capitais, com 91,4% de seus habitantes vivendo em ruas arborizadas. A arborização, além de contribuir para o conforto térmico, é essencial para a qualidade ambiental e bem-estar dos cidadãos, reduzindo as ilhas de calor e oferecendo um ambiente urbano mais agradável.

Desafios Persistem para as Populações Mais Vulneráveis

A pesquisa também revelou diferenças significativas nas condições de infraestrutura urbana de acordo com a cor ou raça. A população amarela, por exemplo, reside em áreas com a melhor infraestrutura, enquanto a população negra e parda enfrentam maiores dificuldades, especialmente no que diz respeito à acessibilidade e presença de rampas para cadeirantes.

Esses dados revelam um panorama de desafios persistentes, mas também destacam os avanços em alguns estados e municípios, como Mato Grosso do Sul, que serve de modelo para a inclusão e acessibilidade urbana no país. A pesquisa reforça a necessidade de mais investimentos e políticas públicas focadas em garantir que todas as pessoas, independentemente de sua condição física ou local de residência, possam usufruir de um espaço urbano acessível e inclusivo.

O Censo 2022 mostra que, embora haja avanços importantes, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para garantir uma verdadeira inclusão urbana para todos os cidadãos.

Fale com a Redação