Ministério da Defesa disponibilizou 1.465 vagas, distribuídas em 28 cidades de 13 estados, além do Distrito Federal
Pela primeira vez na história do Brasil, mulheres estão podendo se alistar para o Serviço Militar Inicial Feminino. A novidade, anunciada no início de 2024, já atraiu a atenção de milhares de jovens: até o dia 4 de abril, 27.511 mulheres haviam se inscrito em todo o país. As interessadas ainda têm tempo — o prazo vai até 30 de junho, com 1.500 vagas abertas para quem completa 18 anos em 2025.
A iniciativa marca uma mudança significativa na estrutura das Forças Armadas, que até então admitiam mulheres majoritariamente por meio de concursos públicos voltados a cargos técnicos ou de nível superior, como medicina, engenharia e direito.
Agora, com o novo formato, candidatas podem se alistar gratuitamente, sem exigência de formação complementar, e disputar vagas para atuar como soldados temporárias. O serviço, com duração de 12 meses, será prestado em 2026 — e, uma vez incorporadas, o cumprimento do período se torna obrigatório.
Vagas em todo o país
Nesta primeira edição do programa, o Ministério da Defesa disponibilizou 1.465 vagas em 28 cidades de 13 estados, além do Distrito Federal. São 1.010 para o Exército, 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.
Segundo o Ministério da Defesa, em Mato Grosso do Sul as vagas são para Campo Grande, Corumbá e Ladário. Há 99 vagas para serem preenchidas apenas em unidades do próprio Exército na Capital.
As candidatas aprovadas serão integradas à rotina militar com os mesmos direitos, deveres e salários dos homens. Ao final do período, recebem o Certificado de Reservista e passam à reserva não remunerada, ficando aptas a uma eventual convocação em tempos de guerra.
Etapas da seleção
O processo seletivo é composto por cinco fases: alistamento, comissão de seleção geral, designação de local para comparecimento, seleção complementar e, por fim, a incorporação.
Para serem aprovadas, as mulheres precisam atender aos critérios exigidos, como idade, peso, altura e força física. Quem desejar seguir carreira deverá, posteriormente, cursar o ensino superior e ser aprovada em concurso específico para escolas militares.
Um marco na história militar
A incorporação das mulheres à tropa representa um avanço em direção à igualdade de oportunidades, segundo o comandante do Exército, general Tomás Paiva. Durante o Dia do Exército, celebrado em 16 de abril, ele ressaltou a importância da medida.
“A partir do próximo ano, refletindo nosso compromisso com a igualdade de oportunidades, as mulheres também serão incorporadas à Força Terrestre”, afirmou o general. “A implementação do Serviço Militar Inicial Feminino reforça o alicerce da defesa de nossa nação e destaca a confiança em nossa instituição, já que cerca de 30 mil mulheres já se alistaram.”
Atualmente, as Forças Armadas contam com 37 mil mulheres, o que representa aproximadamente 10% do efetivo nacional.