Ex-presidente permanece na UTI após sexta cirurgia no intestino
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, uma semana após passar por uma cirurgia de alta complexidade no intestino. Segundo boletim médico divulgado na tarde de sábado (19), o quadro de saúde é estável, mas ainda não há previsão de alta.
A internação ocorreu no último domingo (13), após Bolsonaro sentir fortes dores abdominais durante compromissos no interior do Rio Grande do Norte, no dia anterior. A operação, que durou cerca de 12 horas, foi realizada para tratar um bloqueio intestinal causado por aderências — tecidos formados entre órgãos em decorrência de cirurgias anteriores.
Essa foi a sexta intervenção cirúrgica relacionada à facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Desde então, o ex-presidente vem enfrentando complicações recorrentes no sistema digestivo, que se agravaram nos últimos dias.
Recuperação gradual
De acordo com os médicos, a recuperação tem ocorrido dentro do esperado. Desde a internação, Bolsonaro permanece em observação na UTI, recebendo alimentação venosa e sob cuidados intensivos. Ainda não houve retomada da alimentação oral.
Na última terça-feira (15), exames indicaram que o intestino voltou a funcionar de forma regular — um sinal positivo no processo de recuperação. Já na quarta (16), Bolsonaro deu os primeiros passos pelos corredores do hospital, com apoio de profissionais de saúde. A movimentação, segundo os médicos, é essencial para evitar novas complicações.
No dia seguinte, parte dos curativos foi retirada e os médicos avaliaram que a cicatrização está ocorrendo normalmente. O ex-presidente não apresentou febre nem sinais de infecção. Na sexta-feira (18), boletim apontou boa evolução clínica, sem dores ou intercorrências, e exames de imagem não detectaram complicações.
Cuidados e restrições
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram Bolsonaro andando com passos lentos, ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro. Em uma das gravações, ele agradece o apoio recebido e se mostra otimista quanto à recuperação.
Michelle tem acompanhado o marido de perto e restringido visitas, principalmente de aliados políticos, para evitar que o ex-presidente se esforce durante a recuperação. Fontes próximas afirmam que Bolsonaro está mais reservado, mas acompanha o noticiário e mantém contato com assessores por telefone.
Apesar da melhora, os médicos alertam que o sistema digestivo ainda não está plenamente restabelecido. A liberação da alimentação oral e a alta hospitalar dependem de novos avanços no quadro clínico.
Apoio na porta do hospital
Desde a internação, cerca de 15 apoiadores se revezam em vigília na frente do hospital, localizado na Asa Sul, área nobre de Brasília. Com bandeiras do Brasil e de Israel, eles cantam, rezam e manifestam apoio ao ex-presidente — alguns permanecem no local até altas horas da noite.
A mobilização incluiu até o período da Páscoa, demonstrando a fidelidade de parte da base de apoio de Bolsonaro, mesmo diante do delicado momento de saúde que ele enfrenta.
Os médicos reforçam que, por conta das múltiplas cirurgias anteriores, o abdômen de Bolsonaro se tornou uma região sensível, com maior risco de complicações como infecções e obstruções. Por isso, a equipe tem adotado uma abordagem cautelosa e monitoramento constante. A expectativa é que ele siga internado ao menos até o início da próxima semana.
