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domingo, 20 de abril, 2025
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PSDB e Podemos avançam na fusão, mas encontram resistência em Mato Grosso do Sul

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou que o partido anunciará, até o final de abril, a fusão com o Podemos. A informação, revelada por Perillo ao portal UOL, deve provocar repercussões significativas em estados como Mato Grosso do Sul, onde o Podemos é comandado pela senadora Soraya Thronicke.

Nos bastidores, a unificação dos dois partidos não tem agradado os tucanos sul-mato-grossenses. A avaliação de lideranças regionais é de que a fusão não trará ganho expressivo em estrutura partidária, como tempo de televisão ou fundo eleitoral, e pode precipitar uma debandada generalizada de filiados no Estado.

A legislação eleitoral prevê que, após a fusão, filiados com mandato – como vereadores e deputados – terão uma janela de 30 dias para trocar de partido sem risco de perda do cargo por infidelidade partidária. No caso dos deputados estaduais e federais, haverá uma nova oportunidade de troca em 2026. Já os vereadores que não aproveitarem a brecha agora só poderão migrar na próxima janela, prevista para 2028.

Impacto político e estrutural

A resistência à fusão se explica, em parte, pelos números. Em 2022, o Podemos teve R$ 236,66 milhões de fundo eleitoral, enquanto o PSDB recebeu R$ 147,95 milhões. A soma dos dois colocaria a nova sigla na sétima posição nacional, com R$ 381,1 milhões – ainda atrás do MDB, que alcançou R$ 404,6 milhões.

No Congresso Nacional, a nova legenda contará com 25 deputados federais (13 do PSDB e 12 do Podemos) e sete senadores (quatro do Podemos e três do PSDB). Em âmbito municipal, o partido passaria a governar 401 prefeituras: 274 controladas atualmente pelo PSDB e 127 pelo Podemos.

Rumo incerto de Riedel

No cenário estadual, uma das maiores incertezas gira em torno do governador Eduardo Riedel (PSDB). Sem manifestar publicamente se permanecerá ou não no partido, Riedel já recebeu convites do PP e do PSD, e também manteve diálogo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Republicanos e PSD despontam como os principais destinos para o chefe do Executivo estadual, movimento que pode ser seguido por boa parte da base aliada, especialmente vereadores e deputados que desejam se manter próximos do governador.

PL de olho nas movimentações

Outro partido que observa de perto a movimentação tucana é o PL. A possível filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) poderia atrair outros nomes de peso, como os deputados estaduais Zé Teixeira e Mara Caseiro, ambos do PSDB. No entanto, a bancada bolsonarista do PL sinaliza cautela: quer evitar que a chegada de “campeões de voto” ameace cadeiras já consolidadas dentro do partido.

A confirmação da fusão entre PSDB e Podemos deve intensificar o rearranjo político em Mato Grosso do Sul e definir os rumos de lideranças importantes com vistas às eleições municipais de 2024 e à corrida eleitoral de 2026.

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