A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), iniciou neste domingo (27) uma força-tarefa para ampliar a vacinação contra a gripe para toda a população, como medida emergencial diante do aumento de casos de síndromes respiratórias. A ação, realizada em parceria com a Cruz Vermelha na Igreja Universal, aplicou cerca de 800 doses entre 9h e 13h, com grande procura pela imunização.
A partir desta segunda-feira (28), a vacina estará disponível nas 74 Unidades de Saúde da Família (USFs) da Capital. Novos pontos de vacinação serão anunciados ao longo da semana nos canais oficiais da Sesau.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, a vacinação é essencial para proteger a população e evitar casos graves da doença. “A vacina faz com que o organismo produza anticorpos, o que contribui para que, caso ocorra a infecção, a manifestação da gripe seja mais leve”, explicou. Ela ressaltou que, embora a vacina não impeça completamente a doença, reduz consideravelmente o risco de internações.
A decisão de ampliar a campanha foi tomada após a divulgação do boletim InfoGripe, da Fiocruz, que apontou um aumento expressivo nos casos de síndrome respiratória na cidade. “Queremos bloquear a circulação do vírus e proteger principalmente nossos idosos, crianças e gestantes”, destacou Rosana.
Até o momento, apenas 56 mil doses haviam sido aplicadas no público-alvo inicial — número considerado insuficiente diante da atual situação epidemiológica. Para ampliar a cobertura, a Sesau também pretende levar a vacinação a escolas, EMEIs, instituições de longa permanência para idosos e firmar parcerias com o Governo do Estado para atendimento aos fins de semana.
Mudanças climáticas antecipam sazonalidade
Rosana Leite alertou que as mudanças climáticas têm antecipado a circulação dos vírus respiratórios, que tradicionalmente se intensificava em maio e junho. “Hoje vemos um cenário diferente, com casos graves surgindo mais cedo. Por isso, o Ministério da Saúde antecipou a campanha”, pontuou. Segundo a secretária, é fundamental que as pessoas se vacinem o quanto antes, já que o organismo leva cerca de 15 dias para criar proteção após a aplicação da vacina.
A preocupação das autoridades se reflete nos números dos hospitais da Capital, que já registram superlotação, especialmente nas alas pediátricas. Foram confirmados óbitos de crianças menores de quatro anos, algumas com menos de um mês de vida.
“É uma situação muito grave. Além da vacinação, pedimos que a população adote medidas como lavar as mãos com frequência e usar máscara ao apresentar sintomas gripais”, reforçou Rosana.
No ano passado, Campo Grande teve que descartar mais de 70 mil doses de vacina por baixa adesão. Este ano, a expectativa da Prefeitura é vacinar o maior número possível de pessoas e evitar desperdícios. A circulação do vírus Influenza A, principalmente do subtipo H1N1, está mais agressiva, causando quadros severos de infecção.
Atenção especial às crianças
Rosana também destacou a necessidade de cuidado redobrado com crianças, principalmente os bebês menores de seis meses, que ainda não podem ser vacinados. “Evitar levá-los a locais fechados e com aglomeração é uma medida fundamental para protegê-los”, orientou.
Ela ainda fez um apelo às famílias: “Apesar da correria do dia a dia, é fundamental manter a atenção. Muitas mortes poderiam ser evitadas com vacinação e medidas simples de prevenção.”
Serviço
A vacinação contra a gripe está disponível nas 74 USFs de Campo Grande a partir desta segunda-feira (28). A lista completa das unidades e os horários de funcionamento podem ser conferidos nas redes oficiais da Sesau.
